Fed: juros negativos não é uma opção, diz Clarida

O vice-presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve, Fed), Richard Clarida, afirmou que a taxa de juros negativa não é “uma opção de política monetária atraente” nos EUA.

Para o vice-presidente do Fed, essa possibilidade de negativar os juros deve ser considerada apenas “se as circunstâncias mudarem significativamente. A abordagem traz complicações em termos de implementação e comunicação”.

Além disso, Clarida avaliou que as medidas que a instituição está tomando, diante da pandemia do novo coronavírus (covid-19), tem sido eficientes para alcançar a meta inflacionária e o pleno emprego. “Acreditamos que a orientação futura e a compra em larga escala de ativos foram e continuam sendo fontes efetivas à economia”, mesmo com a taxa de juros próximas de zero.

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Na última quinta-feira (27), o Fed anunciou uma nova estratégia de recuperação da economia, impondo uma meta de inflação média de 2% nos EUA. “Uma decisão de apertar a política monetária baseada apenas em um modelo, sem nenhuma outra evidência de pressão excessiva dos preços”, concluiu Clarida.

Fed não deve elevar juros mesmo com inflação acima da meta, diz Powell

O Fed definiu uma meta de inflação média de 2% ao longo do tempo, e, ao contrário do que fez nas últimas décadas, não deve elevar as taxas de juros para conter o aumento dos preços. De acordo com Jerome Powell, presidente do Fed, em seu discurso no simpósio econômico de Jackson Hole desta semana, a autoridade monetária deve permitir que a inflação suba “moderadamente” acima da meta por algum tempo, após ter ficado abaixo da meta por anos a fio.

As mudanças anunciadas por Powell foram levantadas à medidas que o Fed observou que a inflação não subiu como o desejado nos últimos anos, ao passo que o país apresentava um pleno emprego antes da pandemia do novo coronavírus. ““Isso reflete nossa visão de que um mercado de trabalho robusto pode ser sustentado sem causar um surto de inflação”, afirmou Powell.

O movimento de paralisação da tendência da elevação dos juros em momentos de alta de inflação mostra-se ser uma das medidas mais ambiciosas das definições de política monetária, implementadas pela primeira vez pelo BC estadunidense em 2012. Desde o início de 2019, o Fed abandonou o planejamento de continuar subindo os juros — estimulado pela constante preocupação dos BCs mundiais pela dificuldade em gerar crescimento econômico com as taxas de juros já muito baixas, e por vezes negativas.

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Poliana Santos

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