A dirigente do Fed, Esther George, afirmou não saber qual será o juro terminal do atual ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, mas avaliou que a taxa básica de juros pode ter de subir além de 4% para controlar a inflação nos EUA. Os comentários foram feitos durante entrevista à Bloomberg TV, realizada na quarta-feira, 24, e publicada nesta quinta-feira, 25.
George é presidente da distrital de Kansas City do Federal Reserve, liderado por Jerome Powell.
“Em respeito ao mandato do Fed, temos de subir os juros para desacelerar a demanda e trazer a inflação de volta à meta”, disse George, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano e que organiza a edição deste ano do Simpósio de Jackson Hole.
Para a banqueira central, apesar dos primeiros sinais de desaceleração da demanda terem surgido, a escalada da inflação nos EUA ainda está muito ampla e requer mais aperto do Fed à frente, uma vez que o juro básico sequer está e patamar restritivo na atual faixa, de 2,25% a 2,50%.
Segundo George, o desemprego nos EUA deve subir à medida que o mercado de trabalho americano equilibra a demanda e oferta, condição necessária para o controle dos preços.
Quanto à atividade, a dirigente disse não ouvir muitas preocupações de contatos ligados ao Fed de Kansas City quanto a uma desaceleração que leve à recessão. Segundo ela, o foco das preocupações segue no aperto do mercado de trabalho, nos custos elevados e problemas nas cadeias de suprimentos.
Dirigente do Fed defende subir juro a nível restritivo e manter ‘por algum tempo’
O Presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker defendeu que o banco central americano suba os juros a um patamar “restritivo” e os mantenha neste nível “por algum tempo”, ao invés de apertar de forma muito agressiva a política monetária e depois cortar os juros também rapidamente.
Em entrevista à CNBC nesta quinta-feira durante o Simpósio de Jackson Hole, Harker reforçou o foco do Fed no combate à inflação, ao afirmar que o trabalho do BC “não terminou de forma alguma”.
Caso os indicadores da economia dos EUA “pedirem”, o Fed deverá responder com mais aperto monetário, argumentou.
Neste sentido, Harker disse preferir esperar a próxima leitura da inflação americana para decidir se prefere elevar os juros em 50 ou 75 pontos-base em setembro, mês da próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Ele argumentou, no entanto, que subir o juro básico em meio ponto porcentual também seria um “movimento substancial” por parte do Fed. Harker não tem direito a voto nas reuniões do Fomc este ano.
Quanto à atividade, o banqueiro do Fed disse que o cenário atual da economia americano não indica que há recessão, dado o mercado de trabalho forte. Ele destacou ainda que os problemas na cadeia de suprimento começaram a melhorar.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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