O Federal Reserve, o Fed, autoridade monetária dos Estados Unidos, realizou um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros em decisão nesta quarta-feira (18).
Com isso, os juros dos EUA, os Fed Funds, foram reduzidos para uma banda entre 4,75% e 5% – já que nos EUA os juros são um intervalo, e não um número fixo.
O corte de juros feito pela autoridade monetária é o primeiro desde meados de 2020.
A decisão não foi unânime, já que a diretora Michelle Bowman votou por um corte menor, de 0,25p.p..
Há dias o mercado discutia a magnitude do corte dos juros básicos nos EUA. Era consenso de que a autoridade monetária iniciaria o ciclo de flexibilização, contudo.
Durante o Simpósio de Jackson Hole o presidente do Fed, Jerome Powell já havia sinalizado que o BC americano iria iniciar o ciclo de cortes nessa reunião de setembro.
Em seu comunicado, o Fed destacou que a inflação fez progressos significativos em direção à sua meta – que é de 2%.
“O comitê ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%, e julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados”.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, comenta que a decisão em si já era esperada pela casa e pelo mercado.
“Mas, a autoridade monetária optou por um corte maior do que nos projetávamos, de 0,25 p.p. No comunicado, o FOMC ressaltou que a atividade econômica vem se expandindo em um ritmo sólido. Em relação ao mercado de trabalho, os ganhos de emprego registraram desaceleração, com uma elevação da taxa de desemprego, mas este ainda permanece baixa”, diz o especialista.
“[O Fed] ressaltou também que a inflação registrou novo progresso em direção a meta de 2,0%, porém se mantém um pouco elevada. O Comitê também sinalizou que vem ganhando maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável para 2,0%. E, julga que os riscos às metas de emprego e inflação estão praticamente equilibrados”, completa.
O economista frisa que Powell declarou que era o momento de recalibrar a política monetária diante do progresso dessas variáveis.
Para o restante do ano, a expectativa da casa é de mais dois cortes de 0,25 p.p., nas reuniões de novembro e dezembro.
Já para 2025-26, a tendência é que o ciclo de ajuste continue, com a taxa de juros finalizando entre 3,5% a.a. e 4,0% a.a., dependendo da evolução do cenário econômico e de possíveis choques econômicos ou geopolíticos.
Decisão do Fed terá impacto imediato e causará injeção de liquidez
Conforme analistas, a decisão do Fed deve causar uma reação imediata no mercado, dado que os últimos dias foram de cautela, no aguardo da decisão de política monetária.
“O corte veio como já era esperado pela maioria do mercado, e é possível que como impacto imediato teremos uma maior injeção de liquidez nos mercados globais, impulsionando ativos de risco, como ações e commodities”, analisa Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
“Esse cenário da economia americana, após um período de elevada taxa de juros, pode entrar em um novo ciclo de expansão, o que favorece o consumo e os investimentos”, completa, sobre a decisão do Fed.
Notícias Relacionadas