Fed: em ata, dirigentes dizem que taxa de juros está “no pico ou perto dele”

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed) concordaram que o ciclo de aumento das taxas que começou em 2022 provavelmente chegou ao fim, de acordo com a ata da reunião de dezembro, divulgada nesta quarta-feira, 3. Na visão deles, o nível está no “pico, ou perto dele”. Segundo o documento, os formuladores de política apontaram para o abrandamento da inflação, especialmente para as taxas anualizadas a seis meses, bem como para sinais de que as cadeias de abastecimento estão voltando à normalidade, e que o mercado de trabalho está começando a relaxar à medida que mais pessoas ingressam na força laboral.

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Os dirigentes do Fed também disseram que elevar as taxas de juros acima de 5% reprimiu a demanda do consumidor, permitindo que a inflação diminuísse. Eles não discutiram quando começariam os cortes nas taxas. As autoridades do Fed planejaram três cortes nas taxas para 2024.

Os participantes do encontro do Fed também observaram, no entanto, que as suas perspectivas estavam associadas a um grau de incerteza elevado e que era possível que a economia pudesse evoluir de uma forma que tornasse apropriados novos aumentos no intervalo-alvo das taxas.

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Os participantes do encontro observaram que a inflação tinha diminuído durante o ano passado, mas permaneceu elevada e acima da meta de longo prazo de 2%. Os dirigentes observaram que o progresso tinha sido desigual entre componentes, com os preços da energia e dos bens básicos caindo ou mudando pouco recentemente, mas os preços dos serviços básicos ainda aumentando em um ritmo elevado.

Os dirigentes do Fed consideraram geralmente que, em 2024, o crescimento real do PIB americano iria arrefecer e que o reequilíbrio do mercado de trabalho continuaria, com a taxa de desemprego aumentando ligeiramente em relação ao seu nível atual.

Ata do Fed: atividade desacelerou, mas inflação permanece elevada

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed) concordaram, durante a reunião de política monetária de dezembro, que a atividade econômica dos EUA havia desacelerado do forte ritmo visto no terceiro semestre. As autoridades observaram, no entanto, que a inflação e o crescimento nos empregos permaneciam elevados, apesar de terem suavizado ao longo do ano. Eles notaram também que a taxa de desemprego continuava baixa, segundo consta na ata do encontro.

O documento destaca que os integrantes do Fed mudaram trecho do comunicado para indicar sua visão de que os juros provavelmente chegaram ao pico ou estão muito próximo disso, ao mesmo tempo deixando a porta aberta para eventual aperto adicional, se assim julgarem necessário.

Os membros do Fed concordaram também que condições financeiras e de crédito mais restritivas para as famílias e as empresas provavelmente pesariam sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação, mas que a extensão destes efeitos era incerta. Eles acertaram que permaneceriam “extremamente atentos aos riscos de inflação”. Eles disseram ainda que o sistema bancário dos EUA era sólido e resiliente.

Os dirigentes reforçaram que continuariam monitorando novos dados e estariam preparados para ajustar a política conforme for apropriado, “caso surjam riscos que possam impedir o alcançamento das metas”.

Staff via riscos altistas para inflação e baixistas para atividade dos EUA

A equipe técnica do Federal Reserve (Fed) avaliou os riscos para a inflação como altistas, ao apresentar sua revisão sobre a economia durante reunião de política monetária de dezembro. Segundo a ata do Fed do encontro, o motivo é que os preços continuavam elevados e havia a possibilidade de a inflação se revelar mais persistente que o esperado ou de ocorrerem choques de oferta.

Já os riscos para a atividade econômica foram considerados baixistas pelo staff. A própria possibilidade de aperto monetário adicional foi vista como um risco descendente às projeções de atividade.

No geral, as previsões econômicas apresentadas em dezembro foram bem parecidas com as da reunião anterior, mostrou a ata divulgada hoje. O documento indicou que o staff continuava esperando desaceleração acentuada do avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2023 em relação ao terceiro, mas que o crescimento do ano continuaria sólido.

“É esperado que os efeitos atrasados das ações anteriores de política monetária, através da sua contribuição para a restrição contínua das condições financeiras e de crédito, se revelem mais plenamente na contenção da atividade econômica nos próximos anos”, aponta trecho da ata.

O staff revisou para baixo sua projeção para a inflação, e avaliou que a inflação seria menos persistente do que anteriormente projetado. Os técnicos estimavam que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) terminaria o ano um pouco abaixo de 3% ao ano, com o núcleo do PCE um pouco acima de 3%. “É esperado que a inflação diminua nos próximos anos à medida que a demanda e a oferta nos mercados de produtos e de trabalho se alinhem melhor; em 2026, espera-se que a inflação cheia e subjacente pelo PCE se aproxime de 2%”, diz a ata.

Dados reduziram percepção de necessidade de política restritiva, diz ata

Durante o período entre reuniões, algumas divulgações de dados mais suaves do que o esperado pareceram diminuir a percepção entre os investidores de que a política poderá ter de ser ainda mais restritiva, avalia a equipe técnica do Federal Reserve (Fed), segundo a ata do último encontro da autoridade, em dezembro. A publicação, divulgada hoje, aponta que o staff também observou que os participantes no mercado consideraram que as comunicações sobre política monetária, em geral, apontavam para uma política um pouco menos restritiva do que o esperado.

“Como resultado, os rendimentos nominais do Tesouro diminuíram significativamente e a trajetória implícita de mercado esperada para a taxa dos Fed funds para além dos próximos meses deslocou-se para baixo”, indica. Já as condições de financiamento permaneceram moderadamente restritivas, uma vez que os custos dos empréstimos permaneceram elevados, apesar de terem diminuído durante o período intermediário, avalia a equipe.

As condições de crédito bancário pareceram ficar um pouco mais restritivas durante o período entre reuniões, mas o crédito às empresas e às famílias permaneceu geralmente acessível, aponta a equipe. O crédito permaneceu disponível para a maioria dos consumidores, embora os fluxos de crédito ao consumo tenham diminuído nos últimos meses, sugere.

Fed: condições financeiras ficaram mais relaxadas, no período entre reuniões

As condições financeiras nos Estados Unidos reverteram parte do aperto que ocorreu durante o verão local e grande parte do outono, aponta a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed). Segundo o documento, a subida dos preços das ações no país foi apoiada pela descida dos rendimentos dos títulos dos Treasuries e pelo crescimento dos lucros. que excedeu as expectativas consensuais. A volatilidade implícita nas ações diminuiu notavelmente, aponta ainda.

Os rendimentos dos Treasuries diminuíram acentuadamente durante o período entre reuniões – mais ainda em prazos mais longos – depois de terem aumentado notavelmente durante o período anterior, à medida que os investidores pareciam interpretar os dados recebidos como uma redução dos riscos de pressões inflacionárias prolongadas, diz a ata. Além disso, os participantes no mercado interpretaram as comunicações do Fed como solidificando a opinião de que a taxa dos Fed funds poderá estar no seu máximo, diz o documento.

Os inquiridos pela pesquisa do Fed convergiram em grande parte na opinião de que o nível máximo dos juros para este ciclo tinha sido atingido. A trajetória apontada pelos entrevistados sugeriu que a primeira redução na taxa ocorreria em junho, inalterada em relação à pesquisa de outubro.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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