O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidiu elevar a taxa de juros em 0,25 ponto, para a faixa entre 4,75% a 5% ao ano. A decisão foi unânime e respingou no Ibovespa, que passou a ser operado em alta e retomou ao patamar dos 101 mil pontos na tarde desta quarta (22).
O Ibovespa hoje operava na mínima dos 100 mil pontos ao longo de todo o dia e, após o anúncio da nova taxa de juros da economia norte-americana, tocou rapidamente os 101 mil pontos e oscila na casa dos 100 mil pontos, por volta das 16h10.
Fed aumenta juros nos EUA; análises
Na visão de Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, a reação dos agentes econômicos a esse aumento dos juros está sendo positiva, mesmo com o cenário delicado enfrentado pelos bancos norte-americanos nas últimas semanas.
“Detalhes na linguagem da autoridade monetária alimentam a perspectiva otimista do mercado. A expectativa é que o representante da autoridade monetária sinalize que o sistema bancário dos EUA é sólido e seguro, e que existem ferramentas de liquidez para conter episódios localizados de crise”, ressalta Pereira, em alusão ao discurso de Jerome Powell, presidente do Fed.
Os juros nos EUA devem subir novamente em 2023, principalmente caso a inflação no País não responda com queda e convergência de longo prazo para a meta de 2%.
André Fernandes, sócio e head de renda variável da A7 Capital, também espera uma nova alta nos juros: “O FOMC (Comitê de Política Monetária dos EUA) deve vir com mais uma alta de +0,25% na próxima reunião, no inicio de maio, já que revisou suas projeções em relação a inflação PCE de 2023 para 3,3% (ante 3,1%)”.
Para o especialista, essa possível nova alta de juros pelo Fed deixa claro que o trabalho para combater a inflação ainda não acabou, “mesmo impactando o custo de crédito para as famílias e empresas americanas, o que pode começar a enfraquecer a atividade econômica nos EUA”.
Com Estadão Conteúdo