Presidente do Banco do Brasil (BBAS3) quer reunião urgente com a Febraban para discutir manifesto
Na quarta-feira (1º), o Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa pediram à Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, uma nova reunião do conselho diretor da entidade para discutir a adesão ao manifesto “A Praça dos Três Poderes”, que gerou polêmica nesta semana pelo seu possível teor político. A informação é da coluna do Lauro Jardim, do Jornal O Globo.
Os dois bancos estatais enviaram mensagens ao presidente da Febraban, Isaac Sidney pedindo pela reunião. O pedido de Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, foi o seguinte:
“A solicitação advém da dimensão que o assunto ganhou nos principais meios de comunicação do país, com potencial de impactar a imagem dessa Federação e, por conseguinte, a dos seus associados, que sempre prezaram pela solidez do setor e pela preservação da imagem do sistema financeiro brasileiro”.
“Aguardamos o agendamento da referida reunião, com a urgência que o assunto requer”, segue o executivo. O colunista cita que na tarde de quarta (1º) Isaac e Fausto Ribeiro tiveram uma conversa pessoal em São Paulo.
A carta é, originalmente, articulada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em que a entidade pede “serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República”.
Havia previsão de publicação do documento ainda no dia 31, mas a data foi adiada.
O imbróglio da Febraban
Nos últimos dias foi noticiado que o Banco do Brasil e a Caixa podem sair da entidade por conta do manifesto, e ambos os corpos administrativos dos bancos tentam convencer o restante dos membros da Febraban a não apoiar a carta.
O entendimento dos bancos públicos, de acordo com fontes, é de que a instituição, que representa o setor no País, é privada e está se posicionando de forma política.
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, chegou a ameaçar bancos privados integrantes da federação caso assinassem o manifesto que pede harmonia entre os Poderes.
O executivo entrou em contato com presidentes de ao menos duas instituições que compõem a Febraban dizendo que os bancos poderiam ser excluídos de negócios do governo, sobretudo envolvendo operações de estatais na Bolsa de Valores, caso assinassem o documento.
Vale lembrar que a Caixa quer privatizar sua área de gestão de cartões. Além disso, prepara a oferta pública inicial de ações da bandeira Elo, em sociedade com Bradesco (BBDC4) e o BB.
Deputados querem ouvir Guedes, BB e Caixa sobre a saída
O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), disse recentemente que apresentará um requerimento para ouvir Paulo Guedes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro.
O deputado quer entender a decisão dos bancos de deixar a Febraban. “Quando você politiza essa questão dos bancos, é muito triste, a gente começa a ficar preocupado. Quero entender, de fato, o que está acontecendo, não dá para a gente ficar nessa economia ideológica”, afirmou Aureo Ribeiro.