A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota nesta segunda-feira (30) dizendo que não participou da elaboração de texto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com ataques ao governo federal, em oposição à atual política econômica.
O Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa Econômica Federal resolveram deixar a entidade e avisaram a decisão ao ministro da Economia Paulo Guedes e ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, conforme apurou o Estadão/Broadcast. O motivo da saída se deveria justamente ao manifesto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O entendimento dos bancos públicos, de acordo com fontes, é de que a instituição, que representa o setor no País, é privada e está se posicionando de forma política, o que ambos, controlados pelo governo, discordam.
De acordo com a nota de esclarecimento, o manifesto articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) “pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República”. O conteúdo alertava para os impactos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade do País, acrescentou a Febraban.
A publicação do manifesto “A Praça é dos Três Poderes” — que estava prevista para esta terça-feira (31) e teve a data adiada pela Fiesp — “não é decisão da Federação dos Bancos”, disse a entidade.
O manifesto teria sido apresentado na última quinta-feira (26) às entidades empresariais com prazo de resposta de até às 17h de sexta-feira (27). “Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp,” afirmou a Febraban.
Câmara quer ouvir Guedes, BB e Caixa sobre saída da Febraban
O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), disse neste domingo (29) que apresentará um requerimento para ouvir Paulo Guedes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro.
O deputado quer entender a decisão dos bancos de deixar a Febraban. “Quando você politiza essa questão dos bancos, é muito triste, a gente começa a ficar preocupado. Quero entender, de fato, o que está acontecendo, não dá para a gente ficar nessa economia ideológica”, afirmou Aureo Ribeiro.
(Com Estadão Conteúdo)