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Fazenda espera menos cortes da Selic como consequência do cenário nos Estados Unidos

Selic. Foto: iStock.

Selic. Foto: iStock.

O Ministério da Fazenda já atualizou suas previsões para uma taxa Selic maior, com menos cortes, em consequência do cenário econômico dos Estados Unidos.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, relembrou nesta quinta-feira (16), os impactos dos EUA na economia brasileira, como a expectativa atual de um número menor de cortes da Taxa Selic nas próximas reuniões do Copom e de uma taxa de juro maior para o País em relação ao que se previa meses atrás.

“A mudança no cenário internacional, em particular nos EUA, traz um impacto para a expectativa de corte de juros no Brasil, temos aí uma expectativa de um número menor de cortes e uma taxa terminal maior para o Brasil do que tínhamos alguns meses atrás”, disse Mello.

Em entrevista sobre o novo Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), o secretário também aumentou as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, de 2,2% para 2,5%.

Selic, inflação e PIB em 2024

Ele lembrou que, desde fevereiro, há revisões “constantes” a cada publicação do Boletim Focus, com aumento de expectativas de crescimento do PIB, mas também é observado um “pequeno aumento” de expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o principal indicador da inflação no Brasil.

Especialmente, destaca Mello, nas últimas semanas, tanto em função dos impactos da desvalorização cambial do real ante o dólar quanto decorrentes de alguma antecipação de efeitos da catástrofe no Rio Grande do Sul.

No boletim divulgado ontem, o Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção da inflação medida pelo IPCA em 2024 e em 2025. A estimativa neste ano passou de 3,50% para 3,70% – dentro do intervalo de tolerância da meta estipulada para 2024, que é de 3%, com variação de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Já para 2025, a projeção para o IPCA passou de 3,10% para 3,20%.

“Essa estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio levemente mais depreciado nos preços e os efeitos iniciais das chuvas no Rio Grande do Sul nos preços de alimentos, especialmente arroz, produtos in natura, frangos e carnes. Embora a inflação de maio e junho deva acelerar em repercussão à calamidade, o efeito nos preços tende a ser majoritariamente temporário, em grande medida compensado após a normalização da oferta desses alimentos”, justifica a SPE.

Além disso, a projeção de alta do PIB de 2024 também foi revisada. A estimativa para a expansão da atividade neste ano passou de 2,2% para 2,5%. Para 2025, a projeção se manteve em 2,8%.

Segundo o documento, a alta na projeção do PIB neste ano é motivada por maiores contribuições esperadas para “a absorção doméstica”, como o crescimento “robusto” das vendas no varejo e dos serviços prestados às famílias, o aumento na geração líquida de postos de trabalho e a expansão das concessões de crédito.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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