Facebook: problemas da Libra serão superados antes do lançamento

O Facebook informou que as preocupações sobre sua criptomoeda, a Libra, deverão ser solucionadas antes do lançamento. A informação foi divulgada por David Marcus, funcionário da rede social responsável por supervisionar o projeto, que conversou com a agência “Reuters”.

Segundo Marcus, as preocupações e aprovações regulatórias do governo dos EUA deverão estar totalmente resolvidas antes do lançamento da Libra.  O funcionário do Facebook informou que a criptomoeda não está sendo elaborada para competir com moedas soberanas, nem para interferir na política monetária dos países.

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“A Associação Libra, que irá administrar a Reserva, não tem intenção de competir com quaisquer moedas soberanas ou entrar na arena da política monetária”, informou Marcus em um relatório preparado para o Comitê Bancário do Senado dos EUA. Segundo o funcionário do Facebook, “a política monetária é propriamente a área dos bancos centrais”.

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No documento enviado as autoridades dos EUA, a rede social salientou como a Associação Libra planeja se registrar como uma empresa de serviços financeiros na Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN). Além disso, o grupo de empresas por trás da criptomoeda ofereceu uma total colaboração com as regras do Bank Secrecy Act e contra lavagem de dinheiro.

Fortes críticas contra a Libra

O Facebook anunciou a criação da Libra em junho, gerando fortes críticas e ceticismo. Em particular por parte dos formuladores de políticas monetárias de vários países. Segundo eles, a criptomoeda da rede social gera preocupações sobre:

  • segurança de dados,
  • lavagem de dinheiro
  • proteção ao consumidor.

Para tentar reduzir essa hostilidade em relação a nova iniciativa do Facebook, Marcus deverá depor nas próxima terça (16) e quarta-feira (17) no Congresso nacional dos Estados Unidos. O funcionário do Facebook falará aos comitês que supervisionam questões financeiras. Neles, vários membros do legislativo dos EUA sugeriram que a criptmoeda seja proibida pelas autoridades.

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Marcus salientará como a Libra vai aderir a leis e regulamentos relevantes. Além disso ele tentará explicar aos legisladores as vantagens da criptomoeda, salientando como os Estados Unidos não deveriam barrar essa inovação.

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“Estou orgulhoso de que o Facebook tenha iniciado esse esforço aqui nos Estados Unidos. Acredito que se os EUA não liderarem a inovação na área de moedas e pagamentos digitais, outros o farão. Se deixarmos de agir, poderemos ver em breve uma moeda digital controlada por outros cujos valores dramaticamente diferentes”, salientou Marcus em seu relatório.

Público não bancarizado

O Facebook anunciou a criação da Libra com o objetivo de competir com bancos e reduzir custos de consumidores. A moeda digital permitirá que seus bilhões de usuários façam transações financeiras em todo o mundo.

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Ao todo, o Facebook possui mais de 2.4 bilhões de usuários. O intuito da Libra é conectar os usuários que não tem acesso a plataformas bancárias tradicionais. “Isso não tem a intenção de se substituir pelos grandes bancos centrais”, afirmou o vice-presidente do Facebook, Kevin Weel no dia do lançamento. Além disso, analistas estão sugerindo que a nova criptomeda seja uma fonte de renda para a rede social.

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A plataforma de transições com a moeda digital estará disponível a partir de 2020. Conforme o comunicado, a plataforma será semelhante aos aplicativos WhatsApp e Facebook Messenger, o que permitirá aos usuários facilidade nas operações. Além disso, os clientes poderão enviar dinheiro uns para os outros e potencialmente pagar por bens e serviços usando a moeda digital ao invés de sua moeda local.

No radar dos reguladores financeiros

No entanto, a nova moeda segue no radar dos reguladores financeiros e defensores da privacidade. As autoridades britânicas e as norte-americanas expressaram suas preocupações com a entrada da rede social no mercado financeiro. Em maio deste ano, o Senado dos EUA escreveu ao fundador do Facebook, Marck Zuckerberg, pedindo que respondesse perguntas sobre questões de privacidade e regulamentação financeira.

Em maio deste ano, Zuckerberg reuniu-se com a governadora do Banco da Inglaterra, Mark Carney, e com o do Tesouro dos EUA para explicar o sistema de pagamentos e o possível regulamento dele. O Facebook afirma que não tentará contornar a regulamentação existente, mas sim “inovar”.

Segundo o Facebook, a nova moeda digital será diferente das outras do mercado como a Bitcoin. Isso porque estará ligada a ativos globais para evitar o nível de volatilidade comum entre as criptomoedas. Ademais, a rede social criou sua própria tecnologia de blockchain.

A rede das criptomoedas é executada e protegida por qualquer pessoa que possui acesso ao computador. No entanto, o Facebook afirma que o blockchain da Libra será executada e protegida por apenas um número especifico de pessoas, que capacitará e verifica as transações.

Carlo Cauti

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