Caso as eleições presidenciais dos Estados Unidos, que acontecerão em novembro deste ano, se tornem um “caos”, o Facebook (NASDAQ: FB) pode restringir a atuação de usuários como uma das medidas graves para apartar a “violenta agitação cívica”. As informações foram reveladas pelo chefe de assuntos globais da companhia, Nick Clegg, em entrevista ao jornal britânico “Financial Times”.
O executivo do Facebook afirmou que estão sendo traçadas estratégias para lidar com uma série de resultados oriundos das eleições. Para ele, a rede social permanecerá atenta aos “dilemas políticos” de ter votos pessoais contados mais rapidamente do que as cédulas pelo correio, procedimento que será implementado em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Existem algumas opções de quebra-vidros disponíveis para nós se realmente houver um conjunto de circunstâncias extremamente caóticas e, pior ainda, violentas”, afirmou Clegg, embora não tenha dado mais detalhes sobre as medidas que estão sendo discutidas.
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Os planos que estão sob a mesa, que podem ir para patamares sem precedentes na atuação do Facebook, vem à tona em meio à pressão que a companhia sofre para explicar de que forma irá combater a desinformação relacionada ao processo eleitoral. Autoridades e críticos quem saber de que maneira o grupo de tecnologia agirá frente à repressão eleitoral, incitamento à violência no dia das eleições, 3 de novembro, ou no pós-eleições.
Também está no radar a possibilidade de que até o próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa recorrer às redes sociais para contestar o resultado auferido dos votos ou incitar um protesto violento, o que pode acarretar uma crise constitucional, caso não consiga ser reeleito.
“Temos agido agressivamente em outras partes do mundo onde pensamos que há uma instabilidade cívica real e obviamente temos as ferramentas para fazer isso [de novo]”, disse Clegg, mencionando o uso anterior de “medidas bastante excepcionais para restringir significativamente a circulação de conteúdo em nossa plataforma”.
Facebook é pressionado com base em 2016
O Facebook se prepara para um processo eleitoral altamente polarizado, e que deve ser pressionado ainda mais do que o observado nas eleições de 2016, quando foi acusado de não conseguir capturar as tentativas da Rússia de manipular a votação. Segundo o “Financial Times”, a companhia estuda lidar com cerca de 70 cenários potenciais diferentes, junto à planejadores de cenários militares de classe mundial.
Clegg ressalta que qualquer decisão de alto risco recairá sobre a equipe de altos executivos do Facebook, isso inclui ele próprio, além da diretora de operações Sheryl Sandberg.
“Nós reorganizamos um pouco as coisas de forma que temos um arranjo bastante rígido pelo qual as decisões são tomadas em diferentes níveis [dependendo] da gravidade da controvérsia associada”, afirmou o executivo. Ele disse, ainda, que o volume de recursos que estão sendo investidos pelo Facebook nesse processo é “muito considerável”, incluindo sala de guerra virtual, chamda de “Centro de Operações Eleitorais”, que irá monitorar atividades suspeitas.