O jornal britânico “Financial Times” informou que o Facebook teria contratado o diretor de relações públicas do banco Standard Chartered, Ed Bowles. O executivo seria o responsável de levar adiante o projeto da nova criptomoeda do gigante das redes sociais.
O Facebook teria realizado a contratação de Bowles para antecipar a realização de uma maior análise regulatória na Europa sobre o projeto da criptomoeda. A rede social quer criar a moeda virtual, junto com outros ativos financeiros, para seus 2,4 bilhões de usuários. A partir de setembro o executivo será o diretor de políticas públicas, sediado em Londres.
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A rede social deveria publicar no dia 18 de junho um white paper onde serão delineados os fundamentos da criptomoeda.
Facebook cria consórcio para criptomoeda
Além das novas contratações, o Facebook também estaria se juntando com mais de um dezena de empresas para criar a criptomoeda. Entre as empresas estariam a Visa, Mastercard, PayPal e Uber.
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A nova moeda virtual deveria ser apresentada nas próxima semana. O investimento previsto deveria ser de cerca de US$ 10 milhões por cada uma das empresas de comércio digital e financeiras que farão parte do projeto. Será criado um consórcio para gerir a nova criptomeda, chamada “Libra”.
Esses recursos deverão ser utilizados para financiar a criação da moeda digital, que será atrelada a uma cesta de divisas emitidas por diversos países. Isso para evitar fortes oscilações que, no passado, afetaram outras criptomoedas.
O Facebook não vai gerir diretamente a moeda, assim como não o farão os membros individuais do consórcio. Alguns deles poderão atuar como ‘hubs’ ao longo do sistema que verifica as transações e mantém os registos. Isso criará uma rede de pagamentos totalmente nova.
A empresa de tecnologia financeira Stripe Inc., o site de reservas de viagens Booking.com e o site de comércio eletrônico argentino Mercado Livre também estariam participando do projeto.
O projeto de criptomeda do Facebook está em fase de formulação há mais de um ano. A ideia seria criar uma moeda digital que os usuários da rede social poderiam enviar uns aos outros e usar para fazer compras tanto no Facebook quanto em outros sites na Internet.
O Facebook não quis comentar o assunto.
Boatos recorrentes
Em maio, o jornal norte-americano “The Wall Street Journal” informou que o Facebook estava trabalhando para criar a criptomoeda. O gigante das redes sociais estava buscando patrocinadores para ajudar a iniciar o sistema de pagamentos baseados em criptografia. Além disso, o objetivo era levantar cerca de US$ 1 bilhão.
Inicio das negociações com as autoridades
Há algumas semanas, o Facebook iniciou a negociar com a principal agência regulatória de derivativos financeiros dos EUA sobre a nova moeda digital.
O presidente da Comissão das Transações de Commodities e Futuros (CTFC, na sigla em inglês), Christopher Giancarlo, confirmou a negociação. Segundo Giancarlo, a agência estaria nos estágios iniciais de um diálogo com o Facebook para avaliar se os planos da criação da criptomoeda se enquadrariam na sua área de atuação.
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Questão de competência
O Facebook entrou em contato com a CTFC pois essa agência tem a autoridade sobre os mercados de derivativos e futuros. Por isso, o GlobalCoin se enquadraria em sua área de atuação.
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Por exemplo, a maior parte das operações com o bitcoin é realizado nos mercados futuros, e não nos mercados à vista.
Paralelamente, a rede social já entrou em contato com organizações de fiscalizações e bancos centrais a fim de obter orientação em torno da moeda digital. Entretanto, ainda não existe uma regulamentação precisa para as criptomoedas.
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“Estamos muito interessados em compreender melhor a ideia”, afirmou Giancarlo, “Mas só podemos agir quando recebermos uma solicitação, e não temos uma solicitação diante de nós”. Segundo o presidente da CTFC, ainda é cedo demais para dizer se a moeda digital do Facebook se limitaria ao mercado futuro ou à vista. Nesse último caso, a moeda virtual se excluiria da competência da agência.
Caso a criptomoeda seja lastreada pelo dólar dos Estados Unidos, os mercados futuros de câmbio poderiam remover a necessidade de um derivativo.
Segundo o presidente da CFTC, “isso seria muito inteligente”. Entretanto, para o presidente da agência, ainda há um “risco básico”. Isso por causa do preço de um instrumento e o de seu derivativo, que não se movimentam em exata sincronia.
Risco de lavagem de dinehrio
Além disso, uma das maiores preocupações das autoridades regulatórias sobre o projeto do Facebook é ligado a lavagem de dinheiro. Isso por causa da possibilidade que a criptomoeda seja utilizada para não identificar os clientes.