As exportações do agronegócio brasileiro, em janeiro deste ano, atingiram US$ 5,82 bilhões (cerca de R$ 25,26 bilhões na cotação atual), 9,4% a menos do que o mesmo mês de 2019. As informações foram divulgadas pelo Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compiladas pelo Ministério da Agricultura.
Segundo a pasta da Agricultura, as importações caíram 1,6% na comparação anualizada, para US$ 1,22 bilhão (R$ 5,29 bilhões). Dessa forma, o superávit do agronegócio foi de US$ 4,60 bilhões (R$ 19,96 bilhões), 11,3% menor.
Por mais que os embarques de proteínas tenham permanecido elevadas, as exportações apresentaram uma queda relevante nas vendas de soja e derivativos, produtos florestais, milho e café.
De acordo com o governo brasileiro, os preços das exportações caiu 7,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, o índice que mede o volume de vendas do setor também apresentação um recuo, de 2,2%.
Exportações de carnes não evitaram queda do agronegócio
O resultado, segundo o Ministério, só não foi pior por conta da demanda anormal da China por carnes. Desde agosto de 2018, o país sofre com a gripe suína africana que dizimou a maior parte de sua criação de suínos. O fato, inclusive, fez as exportações de JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) avançarem os últimos meses.
No acumulado do mês, as exportações de carnes atingiram US$ 1,35 bilhão, crescimento de 30,9%, um recorde histórico para janeiro. Os preços, em média, subiram 12,9% e o volume cresceu 15,9%. Somente os embarques da carne bovina, destaque do período, atingiram 135,3 mil toneladas.
No entanto, os demais dois segmentos importantes para os resultados do comércio agrícola do Brasil ficaram aquém do esperado. Os produtos florestais tiveram uma queda de 33,8%, a US$ 947,4 milhões, devido a forte desvalorização da celulose.
Já a soja e seus derivativos, principal categoria do agronegócio do País, apresentou uma retração de 31%, para US$ 878,5 milhões.
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“A quantidade exportada de soja em grão diminuiu para 1,5 milhão de toneladas (26,8%) e os preços de exportação caíram 8,7%, o que resultou em redução de 33,2% no valor exportado, que ficou em US$ 513,25 milhões”, informou o ministério.
Ao passo que a gripe suína africana colaborou com as exportações de proteínas, a demanda da China por ração para os animais também caiu, impulsionando o resultado da soja e produtos florestais. Outros produtos que se destacaram nas exportações, tanto de forma positiva ou negativa, foram:
- Açúcar e etanol (alta de 44,1%)
- Fibras e produtos têxteis (alta de 126,1%)
- Cereais e farinhas (queda de 39,5%)
- Café (queda de 10,1%)
No total, a China somou US$ 1,51 bilhão em compras do Brasil. Dessa forma, o país voltou a aumentar sua participação entre os principais destinos do agronegócio brasileiro, com 25,9%.