Exportações de 2018 alcançam maior valor desde 2013

As exportações brasileiras de 2018 alcançam o maior valor dos últimos cinco anos.

Segundo os dados do Ministério da Economia, a corrente de comércio brasileira cresceu 13,7% em 2018. A corrente de comércio é a soma das exportações e importações.

Em 2018, as exportações cresceram 9,6% e registraram o maior valor desde 2013: US$ 239,5 bilhões. Por sua vez, as importações aumentaram 19,7% e atingiram o maior valor desde 2014: US$ 181,2 bilhões.

A corrente de comércio foi de US$ 420,7 bilhões, superando em US$ 52 bilhões o resultado de 2017 e atingindo o maior valor desde 2014, quando alcançou US$ 454 bilhões.

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O saldo comercial ficou em US$ 58,3 bilhões. Um resultado que mostra uma retração de 13% em relação ao acumulado entre janeiro e dezembro do ano passado.

Mesmo assim, foi o segundo melhor desempenho registrado pela balança comercial brasileira desde 1989.

Exportações recorde

O aumento das exportações se deu pelo segundo ano consecutivo após sucessivas quedas entre 2012 e 2016. O valor exportado em 2018 retoma os níveis de 2013, quando foram exportados US$ 242 bilhões.

Os principais mercados de destino das exportações brasileiras registraram desempenho positivo:

  • China (US$ 66,6 bilhões, +32,2%);
  • União Europeia (US$ 42,1 bilhões, +20,1%);
  • Estados Unidos (US$ 28,8 bilhões, +6,6%).

A Argentina segue como principal parceiro comercial do Brasil na América Latina. Todavia, as exportações para aquele país caíram 15,5% na comparação com 2017, chegando a US$ 14,9 bilhões em 2018.

Exportação por fator agregado

Por fator agregado, houve crescimento das exportações de produtos básicos (17,2%, para US$ 118,9 bilhões) e manufaturados (7,4%, para US$ 86,6 bilhões). Por outro lado, os produtos semimanufaturados registraram redução na exportação de 3,1% (para US$ 30,6 bilhões).

A redução nas exportações de produtos do setor automotivo foi o fator que mais impactou a queda geral nas exportações para a Argentina.

Por outro lado, para a China, os destaques foram as exportações de commodities agrícolas e minerais. Entre eles:

  • soja
  • petróleo bruto
  • minério de ferro
  • celulose
  • carne bovina
  • ferro ligas
  • carne de frango
  • algodão bruto

Também houve destaque para os produtos básicos exportados para a União Europeia. Entre eles:

  • farelo de soja
  • minério de ferro
  • celulose
  • café em grão
  • petróleo bruto
  • soja
  • minério de cobre

Em relação aos Estados Unidos, o aumento de 6,6% das exportações foi influenciado pelo crescimento das vendas de

  • aço semimanufaturado
  • petróleo bruto
  • partes de motores de aviões
  • máquinas e aparelhos para terraplanagem

Em 2018, as exportações brasileiras para os EUA foram majoritariamente de bens manufaturados (cerca de 60%). Portanto, o mercado norte-americano se consolida como o maior destino de produtos industrializados do Brasil.

Em relação as importações, em 2018, houve aumento de importações em todas as grandes categorias:

  • bens de capital (US$ 28,6 bilhões, +76,5%);
  • bens intermediários (US$ 104,9 bilhões, +11,6%);
  • bens de consumo (US$ 25,5 bilhões, +9,1%);
  • combustíveis e lubrificantes (US$ 22,0 bilhões, +24,9%).

Importações em alta

Segundo os analistas, o aumento das importações registrado em 2018 é síntomo da retomada da economia. E a composição dos produtos importados mostra essa melhora no cenário econômico brasileiro.

As importações de 2018 foram majoritariamente (85%) compostas por combustíveis, insumos e bens de capital. Isso demonstra, segundo os analistas, que os empresários brasileiros voltaram a investir.

Comprando bens de capital, os setores produtivos nacionais estariam se preparando para um período de crescimento econômico.

Os principais parceiros comerciais brasileiros nas importações foram:

  • China (US$ 35,5 bilhões, +26,6%);
  • União Europeia (US$ 34,8 bilhões, +7,9%);
  • Estados Unidos (US$ 28,9 bilhões, +16,1%); e
  • Argentina (US$ 11,1 bilhões, +16,7%).

Com a posse do novo governo do presidente Jair Bolsonaro a balança comercial brasileira será analisada pelo Ministério da Economia. Este será o órgão que seguirá a divulgação periódica das estatísticas oficiais das importações e exportações brasileiras.

Carlo Cauti

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