CNI aponta 27 barreiras comerciais que prejudicam a exportação brasileira

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) listou 27 barreiras comerciais que o empresário brasileiro enfrenta para exportação.

Essas dificuldades para a exportação de produtos brasileiros vão de cotas sanitárias aos impostos alfandegários.

A exportação brasileira vem enfrentando dificuldades com as barreiras comerciais impostas por outros países. O crescimento do protecionismo no cenário internacional, e o governo pouco ativo para retirar os entraves de acesso ao mercado externo são os principais obstáculos apontados pelas CNI.

 

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Confira abaixo os entraves identificados pela CNI, por meio das queixas feitas pelas associações do setor privado:

EUA: 

  • Impõe cotas para produtos lácteos;
  • Afirma que há insetos nas cargas de mamão.

México:

  • Restrição para produtos do setor de elétrico e eletrônico.

Colômbia:

  • Aplica sobretaxas para produtos agrícolas.

Equador:

  • Exige certificado de inspeção para produtos têxteis.

Bolívia:

  • Exige licenciamento para vestuários e calçados.

Argentina:

  • Exigências excessivas para cadernos, embalagens e envelopes;
  • Exige declaração de produtos têxteis;
  • Impede inclusão do açúcar como produto de livre comércio no Mercosul.

União Europeia:

  • Não permite importação de pão de queijo;
  • Proíbe a compra de carne suína do Brasil.

Alemanha:

  • Aplica imposto nas importações de tintas;
  • Produto brasileiro tem dificuldade para acessar mercado alemão.

Nigéria:

  • Baniu importação de produtos de carne bovina.

África do Sul:

  • Biscoitos, massas, pães e bolos têm tarifas elevadas.

Rússia:

  • Exigência técnica excessiva para produtos médico-hospitalares.

China:

  • Suco de laranja é hipertaxado;
  • Exige certificado de fumigação para combater a febre amarela;
  • Aplica salvaguarda às importações de açúcar.

Japão:

  • Brasil paga mais imposto para exportar suco de laranja do que outros países;
  • Restrição às exportações de carne bovina;
  • Bagaço da cana é afetado pelo subsídio concedido pelo governo japonês;
  • Dificulta exportação de massas que usam determinados tipos de conservantes.

Vietnã:

  • Importação de couro precisa ser acompanhada de certificado.

Indonésia:

  • Tem regulamento excessivo para importação de açúcar.

Índia:

  • Governo implementou política de preços para a cana-de-açúcar.

Paquistão:

  • Mantém política de apoio ao setor de açúcar.

Esta é a segunda divulgação da pesquisa. Em agosto deste ano, o primeiro levantamento contou com apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e identificou vinte entraves. A consulta foi feita com 600 exportadores.

Açúcar

O Brasil denunciou a China na Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que o país asiático está impondo uma medida protecionista contra a importação de açúcar. O episódio ocorreu em setembro deste ano.

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“O mercado de açúcar sempre foi protegido. O caminho tem sido tentar um acordo com outros países”, disse o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Eduardo Leão de Souza. “O governo tentou fazer isso com a China, mas não deu certo.”

Segundo a Unica, até 2016, o Brasil era o maior fornecedor do produto para a China. Cerca de 2,5 milhões de toneladas da commodity eram absorvidas pelo mercado chinês. O mercado brasileiro era competitivo, apesar da alíquota de imposto alfandegários de 50%.

Todavia, em 2017, esta alíquota saltou para 95%, o que ocasionou a derrubada da exportação brasileira. De 2,5 milhões de toneladas, a exportação passou a contabilizar 300 mil toneladas de açúcar.

Amanda Gushiken

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