A receita de exportação de café chegou ao volume recorde de US$ 8,1 bilhões no período do ano safra de 2021/2022, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (14) pela entidade, e o ano safra contempla o período de julho de 2021 até junho de 2022. Durante o período, problemas com logística e quebras de safra acometeram o setor do agronegócio – e por consequência a produção de café.
Vale lembrar que o volume de produção, segundo a Cecafé, foi 13,3% menor. A entidade divulgou que o Ano Safra teve 39,5 milhões de sacas.
Contudo, a média da saca vendida subiu 74%, para atuais US$ 233. Segundo os produtores, esse cenário não deve mudar muito em breve.
O presidente da Cecafé, Günter Häusler, afirma que essa descorrelação entre volume e receita é fruto do cenário macroeconômico atual.
“Já a receita, que registrou valor histórico, é reflexo da taxa favorável de câmbio“, pontua. O executiva destaca que o contexto internacional, no momento, “permitiu que o Brasil mantivesse sua representatividade no comércio global e aproveitasse os elevados níveis internacionais dos preços”.
Além disso, comenta o desempenho de junho como “positivo”. O mês, que é o último do Ano Safra, teve 3,144 milhões de sacas de café exportadas, alta de 2,1% em relação a igual período do ano anterior. A receita, por sua vez, subiu 69,9% no mesmo comparativo.
Esses dados mostram que o volume que resultou em US$ 733,8 milhões faturados na exportação de café.
“Esse desempenho positivo de junho é consequência dos esforços das equipes de logística dos exportadores e da modesta melhora no transporte marítimo global, que, contudo, ainda segue bem aquém da normalidade e com muitos desafios”, analisa Häusler.
Quem compra o café?
No Ano Safra, três nações tiveram destaque na importação do café do Brasil:
- Itália (3,1 milhões de sacas importadas)
- Espanha (1,09 milhão de sacas importadas)
- Colômbia (1,2 milhão de sacas importadas)
Vale lembrar que o terceiro país é o principal concorrente do Brasil em Café-arábica. Foi reportado um crescimento de 13% nas importações de café da Itália, ante 22% da Espanha e 10% da Colômbia.