A indicação de Fausto Ribeiro para a presidência do Banco do Brasil (BBAS3) pelo governo pode não ter caído bem entre os executivos da instituição. De acordo com o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, é aguardada uma demissão coletiva de vice-presidentes.
Segundo ele, os executivos estariam descontentes com a indicação de Ribeiro. A coluna cita que quase todos os sete vice-presidentes devem entregar seus cargos, acentuando a crise de governança no Banco do Brasil.
O jornal Valor Econômico reportou neste na última semana que três conselheiros do banco teriam julgado inadequada a indicação de Ribeiro, feita diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro. A conclusão do Conselho é que falta a Fausto experiência para liderar a instituição.
Ribeiro está no Banco do Brasil desde 1988, tendo assumido a presidência do BB Consórcios em setembro de 2019. Na função, ele esteve à frente de diretorias em unidades fora do Brasil.
Antes da decisão de Bolsonaro, ele foi entrevistado por membros independentes da instituição: Hélio Magalhães, presidente do Conselho, e José Guimarães Monforte, indicados pelo Ministério da Economia. Luiz Serafim Spinola Santos, coordenador do Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade, foi indicado pelos acionistas minoritários.
Indicação para presidência do Banco do Brasil cabe somente a Bolsonaro
A nomeação dos presidentes dos bancos estatais, como é o Banco do Brasil, cabe apenas ao Presidente da República. O parecer de membros do Conselho de Administração, ou então a debandada dos vice-presidentes, não tem poder de barrar a escolha de Fausto ao cargo.
No entanto, caso a ideia siga adiante, o mal estar dentro da companhia pode crescer cada vez mais, a exemplo do que ocorreu com a Petrobras (PETR4) após a demissão de Roberto Castello Branco.
Segundo o Valor, os conselheiros do banco já se mostravam insatisfeitos pois foram ignorados no processo de escolha. Apesar de não possuírem poder decisório, é comum que os membros sejam escutados e opinem sobre a decisão. Ribeiro, entretanto, teria sido o único nome apresentado, de maneira totalmente unilateral.
A notícia da fuga de executivos do Banco do Brasil vem à tona em meio à reforma ministerial do governo. Apenas na última segunda-feira (29), Bolsonaro mudou seis ministros em um aceno ao Congresso, que pressionava o Executivo.