Após a polêmica que envolveu o grupo do Telegram “Short Squeeze IRB”, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o SUNO Notícias entrevistou com exclusividade os organizadores do movimento que tinha como alvo as ações do IRB Brasil (IRBR3).
Inspirados pela tática de short squeeze com as ações da varejistas de jogos eletrônicos GameStop (NYSE: GME), organizada por participantes do fórum no Reddit r/WallStreetBets, investidores brasileiros decidiram importar a estratégia e leva-la ao IRB Brasil, por meio do Telegram.
Os organizadores do grupo aceitaram falar com o SUNO Notícias somente sob a condição de não aparecer em vídeo nem ter seus nomes divulgados.
Na entrevista, os organizadores do grupo, que se declararam também investidores, explicam as razões que levaram a criar o grupo, explicam o objetivo e falam também sobre a própria empresa.
A atuação da CVM e da B3 é duramente criticada pelos “investidores ativistas”, que não consideraram estar realizando uma manipulação do mercado.
Ao contrário, para eles o mercado brasileiro é manipulado por grandes operadores que teriam um tratamento privilegiado por parte das autoridades de controle, as quais só puniriam pequenos investidores.
Confira a entrevista na íntegra no canal do YouTube do SUNO Notícias.
CVM acompanha caso
Questionado pelo SUNO Notícias, órgão regulador pontuou que “acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo companhias abertas, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário
“A autarquia ressalta que possíveis casos concretos envolvendo a situação mencionada em sua demanda serão avaliados individualmente pela Autarquia, por meio de processos administrativos que poderão, até, gerar as punições previstas no art. 11 da Lei 6385/76”, completou a CVM.
De acordo com informações do Radar Econômico, coluna na revista Veja, a CVM já entrou em um desses grupos e investiga possíveis práticas de manipulação de mercado.
Seria o IRB Brasil a nova GameStop?
Segundo a avaliação de três gestores ao SUNO Notícias, a tentativa de fazer do IRB Brasil uma nova GameStop deverá ser frustrada e o papel não terá fôlego para dias de grandes altas consecutivas.
De acordo com esses profissionais do mercado acionário brasileiro, a tentativa de short squeeze em ações do IRB não deve ter os efeitos do praticado por um grupo de investidores com os papéis da GameStop pois as diferenças entre os dois mercados impedem tal ação.
Para especialistas, a primeira diferença citada é no número de investidores, ainda muito pequeno para fazer algum barulho em território brasileiro.
Outro ponto que deixa os gestores céticos é o volume total de papéis à disposição do short do IRB. Enquanto que as ações da GameStop são as que possuem a maior quantidade de posições vendidas nos Estados Unidos, com cerca de 150% de seus papéis negociados a descoberto, segundo a S3 Partners, as ações da resseguradora brasileira não chegam perto disso.