Ex-CEO da Wirecard, Markus Braun, é preso novamente por fraude
O ex-presidente da Wirecard, Markus Braun, foi preso pela segunda vez em Munique nesta quarta-feira (22) por cometer fraude contábil durante vários anos. O executivo já havia sido preso em junho, quando ocorreu o colapso da fintech de pagamentos alemã.
Diferente do que acreditavam em junho, os promotores alemães agora suspeitam que a fraude contábil da Wirecard começou em 2015, quando Braun e outros suspeitos concordaram em aumentar a receita da empresa na tentativa de enganar os investidores.
Os investigadores ampliaram suas investigações sobre a queda da empresa para incluir outros ex-executivos da instituição financeira, disseram os promotores durante uma entrevista coletiva na quarta-feira.
Um juiz de Munique revogou a fiança de Braun, no valor de € 5 milhões (cerca de R$ 29,5 milhões), depois que a investigação foi ampliada contra o ex-CEO e outros ex-executivos da Wirecard.
Os novos mandados de prisão significam que quatro funcionários da Wirecard foram detidos pelas autoridades alemãs. No início deste mês, Oliver Bellenhaus, chefe de uma subsidiária da Wirecard em Dubai, principal agente da fraude, se apresentou aos promotores de Munique. Entretanto, Jan Marsalek, o ex-diretor de operações do banco, é procurado sob um mandado de prisão internacional.
O caso da Wirecard
A Wirecard faz parte do mais recente caso de fraude contábil na Europa. Até mês passado, a companhia fazia parte do DAX 30, principal índice acionário da Alemanha, que reúne as maiores empresas do país.
O caso da fintech tomou proporções relevantes após dois bancos nas Filipinas negarem a existência de contas no valor de 1,9 bilhão de euros, provenientes de lucros passados, em nome da companhia. As instituições financeiras ainda informaram nunca terem tido posse desses recursos.
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Desde então, a empresa já perdeu mais de 97% do valor de mercado, após ser avaliada em mais de US$ 18 bilhões (aproximadamente R$ 95,72 bilhões). Recentemente, a empresa informou que apresentaria um pedido de insolvência ao governo alemão.
Braun, que foi diretor-executivo da companhia por mais de duas décadas, chegou a dizer que a empresa era uma “máquina de fazer dinheiro”, devido ao seu core business ser essencial para o comércio global. O executivo foi preso sendo acusado de “inflar o volume de vendas da Wirecard com recursos falsos”.