Efeito Evergrande: magnata chinês perde US$ 1 bilhão em um dia durante pânico do mercado
Com o possível colapso da empresa Evergrande, gigante do setor de incorporação imobiliária, o mercado de imóveis já sentiu o impacto. Bilionário do mercado imobiliário da China, Zhang Yuanlin, viu nesta segunda (20) seu patrimônio líquido derreter de US$ 1,3 bilhão para US$ 250,7 milhões durante a tarde, de acordo com a revista Forbes. O empresário é presidente do Sinic Holdings Group. A informação é da AFP, reproduzida no portal G1.
O empresário, que integrou este ano a lista de bilionários do mundo compilada pela Forbes, fez sua fortuna com a venda de imóveis de luxo. Agora, diante do iminente colapso da Evergrande, o setor está fragilizado. O mercado financeiro reagiu negativamente ao possível cenário, gerando pânico na bolsa de Hong Kong (HKEX).
Ainda segundo a revista, a Sinic teve de paralisar suas operações na HKEX após o valor de suas ações alcançar uma queda de 87%. A empresa de Yuanlin vivenciou um súbito aumento no volume de negociação de seus títulos, momentos antes de suspender sua cotação.
Um porta-voz da empresa não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.
A empresa é apenas mais uma das muitas que estão vendo suas fortunas desaparecerem pela reação de pânico dos investidores, temendo que a Evergrande não pague os vencimentos nesta semana, já que tem dívidas superiores a US$ 300 bilhões.
Especialistas calculam que o setor imobiliário da China representa mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo essa uma razão para a reação fatalista do mercado, que teme uma crise na economia em escala global.
Veja o efeito da Evergrande no Ibovespa:]
Seguindo a tendência negativa dos últimos dias, o Ibovespa, pressionado pelo viés vendedor do exterior, tomba no pregão desta segunda-feira (20). Os investidores avaliam as incertezas sobre as decisões de política monetária nesta semana e possibilidade de colapso no setor imobiliário na China.
Por volta das 15h45, o Ibovespa recuava 3,39%, aos 107.848 pontos. Agora, no acumulado do ano, o índice tem perdas de quase 10%. O dólar, por outro lado, tem alta de 1,34% e é negociado a R$ 5,366.
“Estamos numa tempestade perfeita e que chegou sem nenhuma capacidade de previsão”, comenta Pedro Serra, Gerente de Research da Ativa Investimentos, citando a crise hídrica, tapering nos Estados Unidos, aperto no cerco regulatório chinês e endividamento da Evergrande.
