Evergrande enfrenta credores após ter US$ 2 bilhões em fundos apreendidos
Um grupo de credores da incorporadora chinesa Evergrande está exigindo informações adicionais sobre uma apreensão de quase US$ 2 bilhões em fundos por bancos locais. As informações visam explicações sobre como a incorporadora prometeu os fundos sem o conhecimento dos investidores, segundo fontes a par do assunto.
Na sexta-feira passada, dia 22, a Evergrande – que é a incorporadora imobiliária da China – divulgou os resultados preliminares de uma investigação sobre os fundos prometidos como garantia de empréstimos por uma subsidiária offshore que administra propriedades construídas.
A Evergrande também anunciou na semana passada que demitiu seu CEO de longa data, Xia Haijun, e seu diretor financeiro, Pan Darong, por seu envolvimento nos acordos, bem como quatro executivos da Evergrande e sua subsidiária.
No entanto, alguns credores não acreditam que a empresa tenha explicado suficientemente como os fundos foram garantidos aos bancos sem qualquer forma de divulgação aos investidores, e eles não receberam nenhuma explicação além do que a empresa disse publicamente sobre o dinheiro apreendido.
Nesta semana, um grupo dos maiores credores offshore da Evergrande, que possuem dívida garantida lastreada em ativos da subsidiária, escreveu à empresa solicitando informações adicionais sobre quais executivos eram os responsáveis diretos pelos penhores, quais bancos reivindicavam seus direitos sobre os ativos e como a empresa planeja especificamente compensá-los pelos fundos perdidos, que representam a maior parte do caixa da subsidiária, disseram as fontes.
A tensão contínua entre a Evergrande e seus credores estrangeiros destaca como a empresa tem lutado para atender às demandas dos investidores por transparência quase oito meses desde que deixou de pagar suas dívidas externas e poucos dias antes do lançamento antecipado de um plano de reestruturação que a empresa prometeu entregar até o final deste mês.
Relembre o início do caso Evergrande
Ainda em setembro de 2021, a empresa veio a público afirmar que há uma possibilidade de calote, já que a companhia pode não conseguir honrar suas dívidas. À época, a companhia possuía um compromisso que passa dos US$ 300 bilhões.
O caso desencadeou uma série de análises negativas sobre a economia chinesa, projetando possíveis problemas drásticos por conta do risco de crédito.
Apesar disso, o sistema financeiro não foi contaminado e o caso não tornou-se um novo ‘Lehman Brothers’, como alguns analistas apontavam.
O risco era elevado por conta de que, além do volume da dívida, a Evergrande também havia tomado empréstimos em diversos outros países, ainda que a maior parte dos credores tenham sido chineses.
Com informações do Estadão Conteúdo