Após o primeiro Dia do Investidor da Eve – subsidiária da Embraer (EMBR3) – realizado na última sexta-feira (25), o BTG Pactual (BPAC11) reiterou a compra das ações da companhia aérea.
Em relatório, os analistas da BTG afirmam que o evento foi marcado pela presença da alta administração e principais parceiros da Eve, e que os temas destacados foram:
- Grande mercado endereçável (mercado endereçável global está previsto em US$ 119 bilhões até 2040;
- Principais vantagens competitivas de sua estrutura e projeto eVTOL, do carro voador (decolagem e aterrissagem vertical elétrica);
- Custo esperado dos serviços de mobilidade aérea para clientes e operadoras; e
- Segmentos que a mobilidade aérea irá operar.
“Ainda vemos Eve como uma opção de grande valor para a Embraer, que não parece totalmente precificada, com as ações sendo negociadas a 10x EV/Ebitda em 2022”, afirma o relatório.
O preço alvo para as ações da Embraer é de R$ 26.
Eve quer focar em oferecer soluções acessíveis
O banco de investimentos acredita que a urbanização, o congestionamento do tráfego e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa são alguns dos principais impulsionadores das soluções de mobilidade aérea.
O mercado endereçável ficará próximo de atingir US$ 119 bilhões em 2040, acima dos US$ 10 bilhões em 2025, representando uma oportunidade de receita agregada total de US$ 0,8 trilhão em 2025-40, conforme informações da KPMG disponibilizadas no evento da Eve.
A subsidiária da Embraer também apontou sua intenção em desenvolver um produto que disponibilize a oferta de serviços acessíveis.
Por exemplo: um voo eVTOL do aeroporto JFK (em Nova York, nos EUA), para Manhattan, com custo de US$ 100, “com potencial de ser reduzido para US$ 50 assim que a tecnologia autônoma estiver disponível, versus o atual US$ 79 a US$ 123 para transporte terrestre”.
“Do ponto de vista do operador, os eVTOLs devem ter um preço de tabela de US$ 3 milhões. A capacidade da Eve de oferecer uma solução acessível é respaldada por sua capacidade de alavancar a infraestrutura global da Embraer, menor custo de mão de obra em relação aos pares e o desenvolvimento de um projeto eVTOL que permite fabricação escalável e de baixo custo”, afirmam os analistas do BTG.
Detalhes do mix de receitas
A Eve pretende ter quatro fontes de receita no mercado de mobilidade aérea:
- Vendas de eVTOL, para as quais já possui a maior carteira de pedidos do setor, respondendo por cerca de 1,8 mil unidades;
- Divisão de serviços e suporte, que aproveitará a infraestrutura global da Embraer;
- Gestão do tráfego aéreo urbano;
- Gestão de frota que será desenvolvido com parceiros experientes do setor.
Por fim, a empresa reforçou sua expectativa de concluir o negócio da Zanitte até o final do 2T22, quando levantará até US$ 500 milhões em dinheiro novo que será usado para desenvolver sua solução eVTOL.
Cotação da Embraer
Nesta segunda-feira (28), a Embraer fechou em queda de 0,66%, a R$ 15,09. Nos últimos 12 meses, as ações acumularam alta de 15,02%.