A Comissão Europeia divulgou nesta quarta-feira (20) um plano com o objetivo de reduzir o consumo de gás em 15% na Europa até março do ano que vem. A proposta vem em meio a pressões da Rússia, com o crescente risco de cortes de abastecimento e, consequentemente, racionamento energético na região.
A proposta implica em uma meta voluntária para a Europa, caso aprovada, mas com a chance de medidas compulsórias, se houver corte total no abastecimento do bloco em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia. A previsão é de que o programa fique em vigor entre 1º de agosto de 2022 e 31 de março de 2022. Como resultado, a economia seria de 45 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás.
As preocupações com o risco de cortes de abastecimento aumentaram neste mês com a interrupção do fornecimento da russa Gazprom, maior exportadora de gás natural do mundo, responsável pelo abastecimento da Europa.
Em 14 de julho, a Gazprom reduziu o fornecimento de gás natural para 40% de sua capacidade. Em carta a companhia informou que não teria condições de seguir com o padrão de abastecimento por “motivos de força maior”.
A previsão da retomada do funcionamento do gasoduto Nord Stream 1 é para esta quinta-feira (21). Ainda assim, o presidente russo Vladimir Putin já advertiu que há possibilidade de redução ainda maior da provisão do combustível.
Rússia encara consequências de guerra na Ucrânia
As ameaças da Rússia vêm como uma resposta do país às sanções impostas pelo Ocidente diante do avanço da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano.
Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que a Rússia reduziu sua oferta de gás “de forma intencional, em retaliação às sanções impostas.” Segundo a chefe da instituição, “a Rússia está nos chantageando ao usar a energia como uma arma. E, se houver uma grande redução ou mesmo uma interrupção completa no fornecimento de gás (russo), a Europa terá de estar preparada.”
A redução do abastecimento de gás da Rússia já atingiu 12 países do bloco, segundo Von der Leyen, que vê um corte total da oferta russa como um “cenário provável”.
Notícias Relacionadas