EUA retiram Brasil da relação de países em desenvolvimento
O governo dos EUA, por meio do Departamento de Comércio, informou, na última segunda-feira (10), que alterou a forma de classificação para um país em desenvolvimento. Dessa forma, Brasil, China, Índia e África do Sul, entre outros cerca de 20 países, foram retirados, o que pode cortar alguns benefícios comerciais concedidos até então.
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Sendo assim, os países que saíram da lista podem ser punidos em caso de exportações consideradas subsidiadas pelo governo dos EUA, perdem acesso a mercados e a prazos mais longos para negociações. As informações foram divulgadas por Robert Lighthizer, representante do Departamento de Comércio.
Em comunicado, o governo do presidente Donald Trump informa que a decisão leva em conta “fatores econômicos, comerciais e outros, como o nível de desenvolvimento de um país e a participação de um país no comércio mundial”. O governo disse que foi preciso a decisão de mudar a metodologia porque o procedimento anterior, criado em 1998, “está obsoleto”.
Ademais, o departamento salientou que a decisão foi motivada por solicitações de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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Ainda em nota, o governo norte-americano reforçou que, como base para mudar o status das nações, não levou em consideração indicadores como:
- Desenvolvimento social
- Taxas de mortalidade infantil
- Analfabetismo
- Expectativa de vida ao nascer
Bolsonaro não comenta sobre a medida dos EUA
Na manhã desta terça-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro elogiou Trump após a medida tomada pelo governo norte-americano.
Em contato com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro conversou com um brasileiro que se apresentou dizendo que mora nos Estados Unidos e que estava acompanhando a esposa, que é estadunidense.
“Trump diminuiu o desemprego, melhorou a economia, atendeu aos latinos que já estão lá. Será que quando tem notícia boa a imprensa não vende”, disse o presidente.
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Quando questionado por um repórter sobre a saída do Brasil da relação dos países em desenvolvimento, de acordo com o método norte-americano, Bolsonaro não respondeu à indagação.
Em março do ano passado, em viagem aos EUA, Bolsonaro reiterou a solicitação da entrada do Brasil na OCDE. Trump, no entanto, afirmou que o País teria que “abrir mão” do tratamento preferencial na OMC.