O Departamento de Comércio dos EUA anunciou na última terça-feira (16) a permissão das empresas norte-americanas de trabalharem com a chinesa Huawei para desenvolverem padrões de rede 5G.
A liberação “será uma ajuda significativa para as empresas dos EUA manterem a liderança em grupos padrões internacionais sem afetar os objetivos do governo em relação à Huawei, disse à agência de notícias “Reuters”, o advogado comercial de Washington, Kevin Wolf.
Em maio do ano passado, o presidente Donald Trump acusou a empresa chinesa de espionagem. E, afirmou que as companhias norte-americanas estavam proibidas de utilizar equipamentos de telecomunicações de empresas que o governo considerasse uma ameaça a segurança do país. Portanto, a Huawei fazia parte dessa lista.
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A nova regra mantém a proibição de compartilharem tecnologia com a chinesa para fins comerciais. Está permitido apenas discutirem a definição de padrões técnicos para que os equipamentos de diferentes fornecedores possam operar juntos em uma mesma rede.
Os funcionários do setor afirmaram que a mudança de regra não deverá ser vista como enfraquecimento dos EUA contra a chinesa.
“Os EUA não vão ceder sua liderança na inovação global. O Departamento está comprometido em proteger a segurança nacional e os interesses da política externa do país ao incentivar que a indústria nacional se engaje e defenda plenamente que as tecnologias dos EUA se tornem padrões internacionais”, disse o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross.
EUA X Huawei
Em dezembro do ano passado, a Huawei entrou com uma contestação legal contra os Estados Unidos. A companhia pretende impedir a vigência da decisão da Comissão Federal de Comunicações (FCC), a qual restringe a capacidade da companhia operar em solo norte-americano.
A Huawei informou que o pedido da comissão, fazendo com que as operadoras rurais dos EUA não tenham um fundo de subsídio de US$ 8,5 bilhões por ano para comprar equipamentos da Huawei e de outras empresas de origem chinesa, transgride seus direitos e rotula injustamente a empresa como uma ameaça à segurança do país.
Saiba Mais: Huawei abre contestação legal contra os Estados Unidos
“A FCC não deve interromper esforços conjuntos para conectar comunidades rurais nos Estados Unidos”, reforçou Song Liuping, diretor jurídico da Huawei, em comunicado.
O recurso judicial faz parte da nova estratégia da chinesa em usar de maneira mais agressiva os meios legais com o objetivo de perseguir os concorrentes nos Estados Unidos e em outras lugares, ao passo que também realiza uma ampla campanha de relações públicas.
No início deste ano, a Huawei entrou com uma ação no tribunal federal do Texas (EUA) argumentando contra uma lei que interrompe as vendas de seus produtos ao governo federal e contratados. Também procurou acionar judicialmente críticos na Europa, incluindo um pesquisador francês e um jornal na Lituânia.
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