Apesar do acordo por um pacote de investimentos em infraestrutura anunciado nesta quinta-feira (25), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ainda precisa debelar resistências dentro do próprio partido Democrata para assegurar a aprovação da pauta.
O texto do pacote de infraestrutura mobiliza um total de US$ 973 bilhões ao longo de cinco anos e de US$ 1,2 trilhão em oito, entre os quais US$ 579 bilhões seriam gastos novos.
Estrela da ala mais à esquerda da legenda governista, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez criticou a proposta e disse que ela exclui prioridades caras a grupos minoritários.
“Um pacote bipartidário por si só não é aceitável. A exclusão e negação de nossas comunidades é que acordos bipartidários em Washington D.C. demanda”, escreveu, no Twitter.
O acordo anunciado na quinta foi feito com dez senadores, cinco de cada partido – todos alinhados às fileiras de centro do Congresso. Para angariar o apoio da oposição, Biden reduziu o tamanho do projeto duas vezes, primeiro de mais de US$ 2 trilhões e, depois, de US$ 1,7 trilhão.
A Casa Branca também aceitou retirar boa parte dos trechos que previam aumento da carga tributária aos mais ricos, ponto que rendeu firme discordância republicana.
Logo após o anúncio, o senador Bernie Sanders reiterou a defesa por aumento de impostos. “Não é aceitável para mim que algumas das pessoas mais ricas deste país não paguem um centavo de imposto de renda. Nosso trabalho não é complicado: é criar um governo e economia que funcionem para todos nós, não só para os mais poderosos”, afirmou.
Com objetivo de conseguir a aprovação sem precisar da maioria absoluta (60 votos), Biden quer ativar o dispositivo parlamentar conhecido como reconciliação, o que é criticado por senadores republicanos. “Esse seria o empecilho final para mim. Eu não me importo de trabalhar com o outro lado pelo bem comum, mas não vou ser exortado por democratas liberais ou qualquer outra pessoa”, reclamou o republicano Lindsey Graham.
Notícias Relacionadas