A proposta orçamentária do presidente dos EUA, Joe Biden, apresentada ontem (28) pela Casa Branca, mantém a cláusula adotada em 2017 durante o governo do republicano Donald Trump, sobre a dedução de 20% no pagamento de impostos por empresas de capital fechado.
Embora Biden tenha feito campanha para limitar o benefício, a dedução permaneceu intocada nos primeiros US$ 2,4 trilhões em aumentos de impostos líquidos detalhados pelo governo Biden ontem.
Funcionários do governo não disseram por que não propuseram conter o instrumento neste momento e a Casa Branca não comentou o assunto. Funcionários do Departamento do Tesouro americano disseram que algumas propostas de campanha precisam de mais trabalho e outras podem aparecer em planos futuros.
A dedução “apenas parece não ter qualidades redentoras e, francamente, fiquei um pouco surpreso que o governo Biden não propôs reduzi-la”, disse o membro sênior da Brookings Institution William Gale.
Vice-presidente de relações governamentais da Federação Nacional de Negócios Independentes, Kevin Kuhlman disse que estava se preparando para a remoção da dedução. “Há uma sensibilidade provocada pelos aumentos de impostos diretos sobre pequenas empresas, e acho que essa é uma das razões pelas quais a dedução pode não ter sido incluída”, disse ele.
O senador democrata Ron Wyden, Presidente do Comitê de Finanças do Senado dos EUA, está trabalhando em uma série de mudanças para a ferramenta, que poderiam direcionar os benefícios a famílias de classe média, proprietárias de empresas do setor de serviços, em detrimento da parcela de renda mais alta dos americanos.
“Estou procurando maneiras de renovar a dedução para garantir que não seja apenas uma oferta para o topo”, disse Wyden.
EUA: Casa Branca divulga orçamento de US$ 6 tri
O governo dos EUA divulgou, ontem sua proposta de orçamento para o ano fiscal de 2022, que começa em outubro desse ano. O plano, que requer aval do Congresso dos EUA, mobiliza US$ 6 trilhões e prevê déficit fiscal de US$ 1,84 trilhão, uma queda em relação a US$ 3,67 trilhões em 2021. A estimativa é de que a dívida pública alcance 111,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano fiscal.
O projeto apresenta ênfase nos pontos caros à agenda econômica do presidente dos EUA, o que inclui investimentos públicos em educação e saúde, além do combate às desigualdades econômicas e às mudanças climáticas.
Com informações do Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires.