O representante de Comércio norte-americano (USTR), Jamieson Greer, anunciou por meio de um comunicado oficial que os termos de referência para estabelecer um “roteiro” para as negociações sobre comércio recíproco entre EUA e Índia foram finalizados.
O texto ressalta que o vice-presidente dos EUA, JD Vance, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reafirmaram durante encontro a importância da iniciativa “Compact” entre as duas nações, que prevê a catalisação de oportunidades para parceria militar, comércio acelerado e tecnologia.
“As negociações em andamento ajudarão a alcançar o equilíbrio e a reciprocidade, abrindo novos mercados para produtos americanos e combatendo práticas injustas que prejudicam os trabalhadores americanos”, escreveu Greer na declaração. Ele enfatizou o “engajamento construtivo” da Índia no diálogo.
Ao participar de um evento na cidade indiana de Jaipur na manhã desta terça-feira (22), Vance disse que os governos dos países estão trabalhando arduamente para alcançarem um acordo comercial e que um “progresso muito bom” foi feito durante a reunião com Modi. “Acredito que há muito que os Estados Unidos e a Índia podem realizar juntos”, enfatizou.
“Queremos fazer parcerias com pessoas e países que reconheçam a natureza histórica do momento em que vivemos, da necessidade de nos unirmos e construirmos algo completamente novo, um sistema de comércio global equilibrado, aberto, estável e justo”, acrescentou o vice-presidente.
EUA e Índia encaminham acordo; saiba mais
Na segunda, antes do encontro entre Modi e Vance, a Índia impôs uma tarifa temporária de 12%, conhecida localmente como direito de salvaguarda, sobre alguns produtos siderúrgicos, entre eles o aço acabado, para conter importações desenfreadas. O país é o segundo maior produtor mundial de aço bruto e afirmou que as tarifas seriam aplicáveis por 200 dias.
O objetivo do governo indiano é reduzir o ritmo de importações junto à China, de quem é a segunda maior compradora de aço acabado, atrás apenas da Coreia do Sul. A Índia se notabilizou pela produção de eletrônicos, nos últimos anos, e a medida é vista como um agrado aos Estados Unidos, hoje o maior parceiro comercial indiano, com transações acima de US$ 120 bilhões em 2024.
Com grande déficit na relação, os EUA impuseram tarifas de 26% aos produtos indianos como parte do anúncio inicial do presidente Donald Trump, no início deste mês. Essas taxas estão suspensas por 90 dias, até o começo de julho, e até os dois países esperam concluir uma negociação.
Com Estadão Conteúdo
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