EUA: Fed vê emprego ganhando fôlego e impulso da inflação temporário
Diretora do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard afirmou nesta terça-feira (11) que há motivos para prever uma “retomada forte” nas contratações de trabalhadores nos próximos meses nos Estados Unidos. Durante evento virtual, ela também comentou que a inflação ganha impulso com a retomada econômica, mas considerou que este “deve ser em geral temporário”.
Brainard disse que a perspectiva econômica “é positiva”, mas também lembrou da existência de incertezas, em quadro de emprego e inflação ainda “longe das metas” do Fed.
Segundo ela, o payroll (dado de emprego) da semana passada, que mostrou geração de vagas abaixo do esperado em abril, foi um lembrete da divergência de ritmos entre a oferta de vagas e as pessoas em busca de emprego. E também notou que gargalos em alguns pontos da economia, como na oferta de semicondutores, “parecem limitar” a produção e também as contratações.
Sobre a trajetória dos preços, a diretora do Fed disse que monitorará “com cuidado as expectativas de inflação no médio prazo”. E garantiu que, se a inflação estiver acima da meta, o BC “não hesitará” em usar os instrumentos disponíveis para “gentilmente” contê-la. De qualquer modo, ela considera que várias medidas “sugerem que a inflação continua bem ancorada e consistente com nossas metas”.
Questionada se auxílios extras na pandemia poderiam desestimular algumas pessoas a buscar emprego, ela respondeu que os números disponíveis mostram que o argumento não parece fazer sentido, no quadro atual. A diretora ainda disse que, quando o Fed estiver mais perto do “progresso substancial” almejado no mercado de trabalho e na inflação, irá comunicar isso claramente.
Fed de NY não mostra preocupação com efeito de estímulo fiscal sobre inflação
O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams afirmou na última segunda-feira (3) durante evento da Women in Housing and Finance, não estar preocupado com a possibilidade de que a agenda de estímulos à economia do governo Joe Biden provoque uma alta na inflação dos Estados Unidos que leve a desequilíbrios severos e de longo prazo.
Segundo Williams, as medidas fiscais contribuíram para a rápida recuperação da economia americana em 2021, e o Fed dispõe de instrumentos para lidar com uma pressão inflacionária, caso ocorra.
Perguntado sobre quando ele espera uma reação do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) à inflação nos EUA, Williams afirmou que os dirigentes esperam que o nível de preços esteja ancorado em 2%, meta a longo prazo da entidade, antes de alterar a sua política monetária.
Mais cedo, em discurso no mesmo evento, o presidente do Fed de NY disse considerar a alta recente na inflação apenas “transitória”.
Com informações do Estadão Conteúdo