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EUA: Fed eleva taxa de juros em 0,75 ponto percentual, como esperado pelo mercado

Ata do Fed. Foto: Divulgação

Fed. Foto: Divulgação

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu elevar a taxa dos Fed Funds em 75 pontos-base, para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano, em comunicado divulgada nesta quarta, 2. A decisão não foi unânime e está em linha com as expectativas do mercado.

O Fed ainda elevou taxa de juros paga sobre saldo de reserva para 3,9%, decisão que entra em vigor a partir de amanhã, e a taxa de desconto em 75 pontos-base, para 4,00% ao ano.

Inflação

O Fomc avalia que a inflação nos Estados Unidos segue elevada, com desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia. Além disso, há alta de alimentos, energia e pressões de preços mais amplas. No documento, o Comitê se diz “altamente atento aos riscos inflacionários”.

Para o Fed, “a guerra da Rússia contra a Ucrânia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas”, e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação, e estão pesando sobre atividade econômica mundial.

A entidade reafirma estar “fortemente” comprometida em levar a inflação à meta de 2% e, por isso, avalia que aumentos contínuos nos juros serão apropriados para atingir política suficientemente restritiva.

Ao determinar o ritmo de aumentos futuros na faixa-alvo de juros, o Comitê do Fed levará em conta o aperto da política monetária, os atrasos com que a política monetária afeta a atividade econômica, a inflação e a evolução econômica e financeira, diz o documento. Além disso, o Fed continuará reduzindo suas participações em Treasuries e MBS (títulos atrelados à hipotecas), que compõe seu balanço patrimonial.

“Fed segue aperto monetário com inflação perto do pico”

Carlos Vaz,  CEO e fundador da CONTI Real Estate, analisa: “Na semana passada, depois de conhecermos a prévia para o PIB do 3º tri, indicando crescimento econômico, e o PCE de setembro, validamos a percepção de que a economia americana é forte e resiliente o suficiente para ser capaz de equilibrar momentos de contração com o de expansão, apesar de seu comportamento geral continuar desafiando o combate à inflação. Com isso, notamos um clima um pouco mais otimista no mercado. No entanto, já era esperado que o Fed seguisse com sua postura de aperto monetário, especialmente no curto prazo, deixando para dezembro uma possibilidade de aumento mais brando, de 50 bps, a depender de uma série de fatores que podem acontecer até lá. Penso isso, pois a inflação pode até não ter atingido seu pico, mas acredito que está bem perto disso. O fato é que o aumento de hoje, em 75bps, está em linha com o que especialistas e investidores já previam e não deve refletir tanto na expectativa de que, em 2023, os EUA consigam evitar uma recessão.”

E como esse movimento do Fed pode impactar o cenário econômico no Brasil? Vaz comenta: “Para o investidor brasileiro, que acaba de sair de uma eleição presidencial, esse aumento de juros americano, somados a outros fatores internos, pode significar um efeito colateral no curto prazo que é a fuga de capital. Isso porque, em momentos de incerteza e volatilidade o capital tende a migrar para países nos quais os ambientes geopolítico e econômico sejam relativamente mais fortes e equilibrados.”

Com Estadão Conteúdo

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