EUA: Fed adia proibição de dividendos para grandes bancos até o fim de 2020
O Federal Reserve (Fed), anunciou nesta quarta-feira (30) que manterá as imposições feitas em relação à recompra de ações e de um limite para o pagamento de dividendos aos grandes bancos americanos até o fim de 2020, dado que a proibição, imposta para o terceiro trimestre, encerra hoje.
De acordo com o Fed, as restrições sobre dividendos e recompra de ações feitas aos bancos dos Estados Unidos com mais de US$ 100 bilhões ocorrerão por um período de mais três meses. O Banco Central americano também ressaltou a necessidade de conservar capital durante a desaceleração econômica induzida pela crise do coronavírus (Covid-19).
A justificativa dada pela autoridade monetária para tal medida foi de “garantir que os grandes bancos mantenham um alto nível de resiliência de capital”, informou em comunicado. “As posições de capital de grandes bancos permaneceram fortes durante o terceiro trimestre enquanto tais restrições existiam.”
Além disso, em função das preocupações relacionadas à recuperação da economia, o Fed solicitou que os grandes bancos americanos realizassem uma segunda rodada dos chamados testes de estresse, planejados para garantir que os bancos possam continuar a emprestar em períodos de crise. Os resultados dos testes serão anunciados até o fim de 2020.
Fed: Powell afirma que inflação média abre espaço para cortes de juros
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou, na última quinta-feira (24), que a adoção da estratégia de inflação média pelo BC norte-americano abre espaço para eventuais cortes da taxa de juros “se a economia virar” no futuro. Powell também disse que a recuperação econômica nos EUA tem acontecido de maneira mais rápida do que o esperado por ele.
Na última edição do simpósio de Jackson Hole, evento de política monetária de grande importância, Powell disse que o Fed adotaria uma estratégia de inflação média. Isso quer dizer que o BC norte-americano deve permitir que a inflação rompa a meta de 2% por um determinado período, como forma de compensar o período em que rodou abaixo disso, como o atual.
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“Queremos apenas que a inflação seja de 2% na média, não muito mais que isso”, reiterou nesta quinta o presidente do BC dos EUA. “Por algum tempo, o desafio era a inflação alta. O desafio da atualidade é a pressão desinflacionária”, acrescentou líder do Fed.
O presidente do Fed afirmou, novamente, que os EUA precisarão de mais apoio fiscal para deixar pra trás a crise provocada pela pandemia de coronavírus. “Inadimplência pode aumentar em um futuro próximo sem mais assistência às famílias”, disse o líder da autoridade monetária norte-americana.
Com informações do Estadão Conteúdo