Payroll: EUA criam 315 mil postos de trabalho em agosto; desemprego sobe a 3,7%

A economia dos Estados Unidos criou 315 mil empregos em agosto, em termos líquidos, segundo dados do payroll publicados nesta sexta-feira, 2, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 300 mil vagas.

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Já a taxa de desemprego dos EUA avançou para 3,7% em agosto, ante 3,5% em julho, contrariando expectativa de que não mudaria de um mês para o outro.

O Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de postos de trabalho de julho, de 528 mil para 526 mil, e também de junho, de 398 mil para 293 mil.

Em agosto, o salário médio por hora teve alta de 0,31% em relação a julho, ou US$ 0,10, a US$ 32,36, vindo abaixo da previsão de alta de 0,40%. Na comparação anual, houve acréscimo salarial de 5,20% no último mês, também abaixo da projeção de 5,30%.

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O enfraquecimento do dólar e juros dos Treasuries após o relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, ampara o fechamento da curva de juros nesta manhã. As taxas acentuaram queda em reação ao indicador e o CME Group passou a apontar 64% de chance de um aumento de 75 pontos-base dos Fed Funds neste mês, de ao redor de 70% antes.

A economia norte-americana criou 315 mil empregos em agosto, acima da mediana das estimativas (+300 mil vagas), mas a taxa de desemprego avançou para 3,7% em agosto, ante 3,5% em julho, contrariando expectativa de estabilidade. O salário médio por hora teve alta de 0,31%, abaixo da previsão de alta de 0,40%.

Às 9h42, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 recuava para 11,39%, de 11,54%, e o para janeiro de 2025 ia para mínima de 11,64%, de 11,75% no ajuste de ontem.

Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital, observa: “Os empregadores dos EUA adicionaram 315 mil empregos em agosto, uma expansão muito forte. Isso pode dar ao Fed alguma margem de manobra para diminuir o ritmo de elevação das taxas de juros, embora tenha declarado, abertamente, sua intenção de esfriar o mercado de trabalho a fim de reduzir a inflação. No entanto, ainda estou prevendo – conservadoramente – outro aumento de 75 pontos-base na reunião de setembro, além de mais algum de 50 bps e outros dois de 25 bps até o final do ano. O fato é que, independentemente do que o Fed escolher fazer, não há dúvida de que o mercado de trabalho dos EUA permanece incrivelmente forte.”

Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, comenta: “O lado bom que o mercado gostou e está fazendo bem para as bolsas, inclusive para o dólar, que está perdendo força frente ao real. É que os ganhos com as horas trabalhadas vieram abaixo do esperado: 0,3% contra 0,4%, menos dinheiro na mão do trabalhador. E o desemprego subiu 0,2%. O esperado era 3,5% e veio 3,7% o que mostra que, apesar do mercado de trabalho apertado, temos sinais de que a inflação está arrefecendo um pouco, o que ajuda o Federal Reserve (Fed). Isso trouxe um ânimo para o mercado, que vai virar os olhos para o dia 13, em que temos os dados do CPI, o número de inflação. Esse número sim vai mostrar o que vai acontecer com a taxa de juros. Por mais que o Fed tenha que ser diligente e ajudar o americano, ele não tem vontade nenhuma de subir o juros em 0,75%. Ele quer arrumar uma desculpa e um motivo para diminuir o ritmo e ir subindo 0,5% até o fim do ano e, se o CPI no dia 13 confirmar isso, o Fed vai mudar tudo e vai dar 0,5% na reunião no dia 21/09.”

Após o payroll, o DI para janeiro de 2024 caía para 11,82%, de 11,87%. O dólar à vista recuava para 0,90%, a R$ 5,1911.

Com Estadão Conteúdo

Redação Suno Notícias

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