EUA: Biden deve nomear Janet Yellen, ex-presidente do Fed, para Secretária do Tesouro

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, planeja nomear a ex-presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, para o cargo de secretária do Tesouro, de acordo com pessoas familiarizadas com a decisão. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23) pelo jornal “The Wall Street Journal”.

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Se a nomeação for confirmada pelo Senado dos EUA, Yellen, que foi a primeira mulher a liderar o Fed, se tornaria a primeira pessoa a ter chefiado o Tesouro, o banco central e o Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca.

A ex-presidente do Fed declarou em uma entrevista no dia 28 de setembro que a recuperação será desigual e sem brilho se o Congresso não gastar mais para combater o desemprego e manter as pequenas empresas funcionando. “Há muito sofrimento por aí. A economia precisa de gastos ”.

“Este não é um bom momento para que a política fiscal deixe de ser acomodatícia para criar um entrave”, revelou Yellen. “Foi o que aconteceu [na década passada] e retardou a recuperação.” pontuou, explicando que a inflação baixa aumentou a necessidade e reduziu os riscos de uma política monetária e fiscal agressiva.

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Além disso, a americana tem reforçado com frequência neste ano questões que podem definir sua gestão no Tesouro dos EUA. A ex-presidente do Fed declarou apoiar um imposto sobre o carbono como a forma mais eficaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas.

Na regulação, Yellen defendeu os esforços para melhorar a supervisão bancária após a crise financeira de 2008. No início deste ano, expressou desapontamento com o fato de a Lei Dodd-Frank de 2010 se concentrar nos maiores bancos e não dar aos reguladores melhores ferramentas para lidar com os riscos que ameaçavam o sistema financeiro, como o aumento do endividamento de empresas não financeiras.

“Fiquei muito frustrada por não termos feito mais para lidar com esse risco”, disse em uma entrevista em março. “A lei, na verdade, não fornecia [reguladores] uma boa base para isso.”

Em abril, Yellen elogiou os empréstimos que o Fed e o Tesouro lançaram quando a pandemia de coronavírus prejudicou os mercados, defendendo ainda o banco central contra as críticas de que estava cedendo sua independência ao Tesouro.

“Seria um erro da parte do Fed gastar todo o seu tempo se preocupando sobre como – em algum mundo futuro, fazendo o que foi criado para fazer – eles perderiam alguma autonomia”, disse.

Os parâmetros de um desses programas, comprar empréstimos concedidos a pequenas e médias empresas, podem ser “insuficientemente generosos”, declarou. O Programa de Empréstimo estendeu US$ 4 bilhões em crédito a mais de 400 empresas em seus primeiros quatro meses de operação.

Apesar disso, no ano passado, Yellen declarou que os déficits orçamentários federais estavam em um caminho insustentável nos EUA, expressando sua preocupação.

Sobre Janet Yellen

Nascida em Brooklyn, Nova York, a ex-presidente do Fed se formou em Economia pela Brown University, é doutora em economia pela Universidade de Yale e professora da Universidade da Califórnia em Berkeley. Ela é casada com o economista ganhador do Prêmio Nobel, George Akerlof.

Yellen foi confirmada com apoio bipartidário como presidente do Fed em 2014 e como vice-presidente em 2010, recebendo 11 votos republicanos em sua confirmação de 2014, incluindo o apoio de três senadores republicanos: Richard Burr da Carolina do Norte, Susan Collins do Maine e Lisa Murkowski do Alasca.

Veja Também: EUA: Mnuchin recusa estender programas de empréstimos de emergência do Fed

Foi escolhida pelo presidente Barack Obama para liderar o Fed de 2014 a 2018 e além disso, o presidente Trump considerou indicá-la para um segundo mandato, entretanto, por fim optou por Powell, para sucedê-la.

A ex-presidente do Federal Reserve havia servido anteriormente como governadora do banco central dos EUA de 1994 a 1997, fazendo uma passagem como presidente do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca no final dos anos 1990.

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Rafaela La Regina

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