Jeff Bezos critica Joe Biden por pedir que postos de gasolina ‘segurem’ preços e alega “má compreensão do mercado”
O fundador da Amazon (AMZO34), Jeff Bezos, criticou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden por pressionar as empresas de postos de gasolina a reduzirem “imediatamente” seus preços na bomba.
Jeff Bezos acusou Biden de “desorientação” e citou “uma profunda má compreensão” sobre as forças de mercado que levaram à alta do combustível.
O pedido de Joe Biden foi feito no sábado (2) pelo Twitter: “este é um tempo de guerra e perigo global. Baixe o preço que você está cobrando na bomba para refletir o custo que você está pagando pelo produto. E faça isso agora”, postou o presidente norte-americano.
Em resposta ao final do dia, também pelo Twitter, Bezos escreveu que “a inflação é um problema muito importante para a Casa Branca continuar fazendo declarações como essa. Ou é um direcionamento errado direto ou um profundo mal-entendido da dinâmica básica do mercado”.
A Casa Branca rebateu neste domingo as críticas de Bezos.
“Os preços do petróleo caíram cerca de US$ 15 (o barril) no mês passado, mas os preços nas bombas mal caíram. Isso não é ‘dinâmica básica de mercado’. É um mercado que está falhando com o consumidor americano”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em seu Twitter.
“Obviamente, fazemos uma grande exceção à ideia de que isso é de alguma forma um direcionamento errado”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, à Fox News.
“O presidente está trabalhando muito duro em muitas frentes para tentar reduzir esse preço”, disse Kirby.
Esta não é a primeira vez que Bezos critica a política econômica conduzida por Biden, dizendo que o presidente norte-americano “estava errado ao tentar vincular a estrutura tributária corporativa ao aumento da inflação”.
“Juntar os dois é apenas um desorientação”, tuitou o fundador da Amazon.
Além de Bezos, mais empresários mostram preocupações
Outros líderes empresariais e CEOs expressaram preocupação com a economia nos últimos meses.
O presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, alertou para a formação de um “furacão econômico”.
Na mesma linha, o CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk, sugeriu em maio que a economia dos EUA estava caminhando para a recessão e anunciou no mês passado que a montadora elétrica planejava cortar cerca de 10% de seus empregos assalariados.
Questionado na época sobre a terrível avaliação econômica de Musk, o Biden apontou os planos da Ford e da Intel para aumentar suas contratações.
“Muita sorte em sua viagem à lua”, disse o presidente.
Preço da gasolina disparou
Os preços da gasolina nos EUA atingiram níveis recordes neste ano e os motoristas estão sentindo o fardo econômico. O preço médio nacional de um galão de gás normal era de US$ 4,81 neste domingo, cerca de US$ 1,70 mais alto do que há um ano.
O aumento da gasolina tornou-se um desafio significativo para o governo Biden.
O presidente democrata propôs no mês passado que o Congresso suspendesse os impostos federais sobre gasolina e diesel por três meses, na esperança de aliviar a dor dos EUA.
Mas poucos legisladores apoiam a chamada isenção de impostos sobre o gás, que segundo economistas faria pouco para aliviar os preços de qualquer maneira.
Biden também pressionou os países do Grupo dos Sete para impor um limite às exportações de petróleo russo e aproveitou os EUA. Reserva Estratégica de Petróleo.
A inflação, citada por Bezos em sua crítica, atingiu 8,6% em maio, marcando seu ritmo mais rápido desde dezembro de 1981, informou o Departamento do Trabalho no mês passado.
Com informações do Estadão Conteúdo