ETFs vs Fundos de Investimento: em qual investir?
Com a diversidade de produtos financeiros disponíveis no mercado, muitos investidores se perguntam qual a melhor alternativa entre ETFs (Exchange Traded Funds) e os fundos de investimento tradicionais. Enquanto os fundos oferecem a gestão ativa de um portfólio, os ETFs proporcionam liquidez e menores custos, apontam analistas.
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De acordo com Cauê Mançanares, CEO da Investo, os fundos de investimento tradicionais funcionam por meio de uma gestão ativa, na qual um gestor toma decisões de compra e venda de ativos na carteira. Esse modelo pode gerar ganhos relevantes, mas também traz o risco de desempenho inferior ao mercado, além de custos adicionais e menor liquidez.
“Dependendo do tamanho e da complexidade do portfólio, o investidor precisa esperar um prazo determinado para resgatar seus recursos”, explica.
Por outro lado, os ETFs são negociados na bolsa de valores (B3) e seguem índices de mercado, o que garante uma exposição ampla e diversificada.
“Nos ETFs, além de não haver a preocupação com descontos de impostos como IOF e come-cotas, há apenas o Imposto de Renda sobre o lucro na venda e a corretagem ao negociar as cotas”, destaca Mançanares. Outra vantagem dos ETFs é a alta liquidez , já que sua liquidação ocorre em D+1 ou D+2 , dependendo do ativo.
Para Evandro Medeiros, analista da Suno Research, ETFs não temáticos são investimentos superiores aos fundos de investimento, por conta da sua eficiência em custos, diversificação e por não estarem sujeitos aos vieses inerentes à natureza humana. “Fundos ativos precisam justificar suas taxas elevadas com desempenho superior, o que raramente acontece de forma consistente no longo prazo.”
Lembrando que esta semana temática tem o apoio da Suno e o patrocínio da Investo, a maior gestora independente de ETFs do Brasil. Acompanhe todos os conteúdos neste link.
Qual perfil de investidor deve optar por ETFs ou fundos?
Na escolha entre ETFs e fundos de investimento tradicionais, o perfil do investidor é um fator que deve ser levado em conta. Como os ETFs são negociados em bolsa, Mançanares aponta que esse tipo de investimento é bastante acessível. No entanto, existem ETFs para diferentes níveis de tolerância ao risco.
“Há ETFs bem conservadores, como o LFTS11, que investe em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) e apresenta baixíssima volatilidade. Por outro lado, existem ETFs voltados para perfis mais arrojados, que acompanham ativos mais voláteis”, afirma o CEO da Investo.
Segundo Medeiros, há ETFs que replicam índices de renda fixa, como o IMAB11 (Tesouro IPCA ou NTN-B), e de renda variável como o BOVV11 (Ibovespa). “Em mercados desenvolvidos como os EUA, é possível se expor a crédito privado das mais variadas qualidades de emissor. Portanto, o produto pode perfeitamente compor uma carteira balanceada, mas é preciso ser criterioso ao selecionar os ETFs”, diz.
Como está a situação destes segmentos no atual cenário macroeconômico?
O atual cenário macroeconômico tem sido um desafio para os fundos de investimento tradicionais, especialmente os de renda variável e multimercados, que apresentam dificuldades para superar seus benchmarks. Já os ETFs, por seguirem índices amplos e bem diversificados, tornam-se uma alternativa mais previsível e eficiente, dizem analistas.
“O mercado de ETFs tem a facilidade de acompanhar grandes índices e oferecer uma exposição global distribuída por meio de uma única cota”, afirma Mançanares. Esse fator torna o produto uma opção atrativa para quem busca proteção contra volatilidade, diversificação e custos mais baixos em relação aos fundos tradicionais.
Por outro lado, diz Medeiros, os investidores que buscam exposição à renda fixa podem aproveitar os juros reais elevados do Brasil por meio dos ETFs, garantindo bons retornos sem a necessidade de selecionar títulos individuais.
“Já quanto aos índices de Bolsa, como o Ibovespa, há ressalvas. O índice é concentrado em poucos setores, especialmente commodities e financeiro, o que pode limitar sua diversificação e aumentar a volatilidade. Para um investidor de longo prazo, pode fazer mais sentido buscar ETFs que sigam índices mais equilibrados ou que representem melhor o mercado doméstico”, comenta o analista da Suno Research.
Quais são os melhores ETFs de renda fixa?
Os ETFs de renda fixa têm ganhado espaço entre os investidores brasileiros que buscam praticidade e eficiência na gestão de seus portfólios.
Entre as opções disponíveis, os ETFs podem ser compostos por títulos prefixados, pós-fixados ou atrelados ao IPCA, índice que reflete a inflação no Brasil. Para quem busca proteção contra a alta dos preços, analistas recomendam os ativos com títulos IPCA+, que oferecem uma rentabilidade real acima da inflação.
Um ponto importante a ser considerado é a duration dos títulos — ou seja, o prazo médio dos papéis que compõem o fundo. Quanto mais longa a duration, maior tende a ser a volatilidade do ETF.
Um dos exemplos de ETFs é o LFTB11, que possui um cesta de títulos públicos pós-fixados. O produto combina Tesouro Selic e Tesouro IPCA+, com uma estratégia para proteção contra inflação nas alocações de caixa para curto e médio prazo.
Por fim, cabe ressaltar que os ETFs são líquidos, pois são negociados na bolsa, permitindo que os investidores comprem e vendam facilmente suas cotas durante o horário de funcionamento do mercado.