Apesar da queda acentuada de preços do etanol na última semana, o etanol segue com pouca competitividade em relação à gasolina na maior parte dos estados do País.
O etanol está competitivo apenas em Goiás, Mato Grosso e São Paulo, estado mais populoso do Brasil, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas.
Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso.
O Estado que mais se aproxima desta paridade é Mato Grosso, com 61,42%. Já o que mais se distancia é o Amapá, com 113,35%.
Na média dos postos pesquisados no País, a paridade do etanol está em 70,04% ante a gasolina, portanto menos favorável do que o derivado do petróleo. Em São Paulo, a paridade está em 68,30%.
Executivos do setor afirmam que o etanol pode ser competitivo com paridade maior do que 70% a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.
Saiba mais: venda de etanol na 2ª quinzena de agosto avança 7,51%
As unidades processadoras de cana-de-açúcar do Centro-Sul venderam 2,69 bilhões de litros de etanol na segunda quinzena de agosto, alta de 7,51% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
As informações são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), em levantamento quinzenal divulgado nesta terça, 13.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,38 bilhão de litros, recuo de 6,22% em relação ao ciclo anterior.
As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, seguem em direção oposta, totalizando 1,08 bilhão de litros no mês, ganho de 20,50%.
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que as saídas fortes no mês de agosto ocorreram graças à maior demanda do etanol utilizado como aditivo na gasolina.
“Além do consumo do produto nos estados da região Centro-Sul, as operações de cabotagem para a região Nordeste, que há pouco iniciou sua moagem, contribuíram para o aumento das vendas das unidades produtoras”, afirma Rodrigues, em relatório.
Na avaliação dele, esse movimento deve ser neutralizado conforme o processamento de cana-de-açúcar na região se intensificar, nas próximas quinzenas.
No acumulado da safra 2022/23 (de abril até 1º de setembro), foram comercializados 6,89 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,72%) e 4,43 bilhões de litros de etanol anidro (+5,68%).
Desde o início da safra 2022/2023, as vendas globais (mercado interno e exportação) das unidades produtoras totalizam 12,20 bilhões de litros de etanol, 0,87% menor em relação ao mesmo período da safra anterior.
Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 7,21 bilhões de litros (-7,89%); já as de anidro, 4,99 bilhões de litros (+11,39%).
Com Estadão Conteúdo