O fluxo de capital dos estrangeiros na Bolsa de Valores brasileira (B3) foi negativo no mês de setembro de 2021, com a retirada de R$ 4,8 bilhões. O saldo mensal ficou negativo em comparação com o mês anterior que registrou saldo positivo de R$ 8,5 bilhões.
Na análise da XP Investimentos, os fatores domésticos e externos pesaram sobre o fluxo de capital dos estrangeiros na Bolsa, o Ibovespa recuou de 120 mil pontos para 110 mil pontos ao final do mês. O mercado doméstico foi impactado por projeções menores de crescimento em 2022, inflação em alta, crise hídrica e eleições se aproximando.
Já no cenário externo, a volatilidade aumentou por conta da crise no setor imobiliário na China, uma crise energética e desaceleração no crescimento global, e a sinalização de que o Federal Reserve deve dar início da retirada dos estímulos ainda esse ano.
“As incertezas parecem ter sido em grande parte precificadas pelo mercado, à medida que o Ibovespa caiu quase -18% do pico de 130 mil pontos em junho para os atuais 110 mil pontos”, informou o relatório. Apesar do saldo de setembro ser negativo, o saldo total de 2021 até agora continua positivo e acumula R$ 71,8 bilhões.
A conta da corretora não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e follow-on em setembro, pois os dados ainda não foram divulgados.
Investidores estrangeiros representam 50% de participação na Bolsa
Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (50,6%), 2) instituições (26,4%) e 3) pessoas físicas (16,9%). Juntos, eles representam 94,0% dos participantes do mercado acionário.
A retomada do investimento dos estrangeiros se dará pelos seguintes fatores:
- melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país;
- continuação da recuperação econômica;
- cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes;
- avanço crescente das iniciativas ESG pelas empresas brasileiras.
Apesar do saldo negativo do fluxo de capital dos estrangeiros, foi observado também no mês de setembro o aumento no número de investidores pessoas físicas, com uma adição de 51.328 pessoas na Bolsa atingindo 3.970.384.