Para a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, o apoio monetário e fiscal simultâneos ainda são necessários para a economia da zona do euro seguir em expansão no futuro próximo, segundo afirmação feita no painel organizado pela Escola de Altos Estudos Comerciais de Paris e pela Liga Europeia para Cooperação Econômica.
Ainda que a recuperação econômica do bloco esteja em ritmo “mais acelerado que o esperado há seis meses”, Lagarde argumentou, nesta quinta (16), que o BCE não pode repetir os “erros do passado” e manter as condições financeiras favoráveis, à medida que empresas na zona do euro começam a reinvestir capital, e não apenas recuperar a liquidez perdida durante a crise do coronavírus.
Para o fiscal, Lagarde diz que o apoio deve deixar de ser generalizado, para tornar-se mais direcionado a setores específicos da economia.
A banqueira central ainda alertou que, apesar do bloco monetário ter retomado o nível de crescimento do período anterior à pandemia, a trajetória de crescimento esperada à época não foi retomada.
Os suportes econômicos também seguirão necessários, segundo ela, para atingir os objetivos de longo prazo da UE, como a planejada transição verde e tecnológica. “Transição verde é imperativa e ditará onde dinheiro será gasto”, afirmou a presidente do BCE.
Não é boa ideia avaliar posição da política monetária por volume, diz BCE
O volume do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do BCE não é um boa forma de avaliar a posição da política monetária do BC comum, segundo afirmou nesta quarta-feira o economista chefe do BCE, Philip Lane, durante evento online organizado pelo Instituto para Estabilidade Monetária e Financeira.
De acordo com ele, a zona do euro ainda está “distante” da meta de inflação sustentada de 2% ao ano do BCE, e tampouco as expectativas inflacionárias estão “ancoradas”. Lane afirmou estar contente com o fato de que a política acomodatícia do banco está ajudando a elevar o núcleo da inflação, que exclui setores da economia voláteis, como energia e alimentos.
O economista também argumentou que a curva de juros na região ainda está “bastante baixa”, ainda que não na mesma medida dos números vistos em dezembro de 2020.
Philip Lane afirmou também que uma decisão sobre reduzir o ritmo das compras de bônus é algo independente do debate entre os dirigentes sobre o nível dos juros. A declaração está em linha similar a declarações recentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Eke disse que o BCE encerrará seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) antes de uma elevação nos juros. Notou também que as compras de bônus têm sido eficazes no período da pandemia, mas isso não significa que sejam necessárias em tempos normais.
Com informações do Estadão Conteúdo
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