A XP preferiu adotar uma postura mais cautelosa para as suas recomendações de onde investir em junho, em um cenário marcado por incertezas no campo internacional e doméstico. Fundos imobiliários e renda fixa são apostas da casa para o mês.
“A cautela se faz necessária, principalmente quando falamos de excessos de exposição a classes de ativos e instrumentos de maior risco (volatilidade), que focam em buscar ganho de capital com oscilações de mercado, como a renda variável”, afirma a casa em um relatório de investimentos para junho preparado pelos analistas Rodrigo Sgavioli e Rachel de Sá.
Os analistas da XP acreditam que este cenário pode ser bom para investir em renda fixa, local e global, com destaque aos prazos mais curtos, enquanto aponta para posições mais defensivas na alocação em renda variável no Brasil.
Além disso, ativos que tendem a apresentar menor correlação com a dinâmica global de elevação na percepção de risco, como fundos listados – “dentro os quais destacam-se os Fundos Imobiliários”, dizem os analistas.
A seguir, veja as três classes de ativos para investir em junho indicadas pela XP:
1) Investir em fundos de renda fixa
Com um pé atrás com os ativos de renda variável em um cenário econômico de instabilidade e taxas de juros ainda elevadas, a primeira recomendação da XP são os ativos de renda fixa.
“Se a realidade dos juros altos por mais tempo elevou a cautela para investimentos em ativos relativamente mais arriscados, o contrário pode ser dito para a classe da Renda Fixa”, diz o relatório.
Na expectativa da taxa Selic permanecer em dois dígitos e maiores juros no futuro, as taxas da maior parte dos títulos aumentaram. Por isso, os analistas acreditam que existe uma boa “janela de oportunidade” para que o investidor obtenha bons retornos sem correr grandes riscos.
“O destaque do mês fica com os Fundos de Debentures Incentivadas, compostos por títulos privados ligados a projetos de infraestrutura e, em sua maioria, atrelados ao IPCA (com proteção contra o principal risco do cenário atual)”, indica a XP.
2) Oportunidades no mercado de ações
O ambiente para investir em ações é desafiador, especialmente para as empresas mais sensíveis aos movimentos dos juros como as cíclicas – que estão em setores mais expostos aos ciclos de alta e baixa da economia – e aquelas com elevado grau de alavancagem (dívidas).
Com isso, estas companhias sofrem mais em períodos de juros altos, tanto pela repressão do consumo como pela maior dificuldade em quitar dívidas.
“De maneira simplificada: maiores juros tendem a se refletir em preços justos mais baixos, impactando a precificação e o valor relativo de investimentos em ações,” explicam os analistas.
Por isso, a XP ressalta que o fator mais importante da carteira de ações é a diversificação, em se tratando de renda variável.
“Afinal, seguimos vendo a bolsa brasileira como barata e uma frente de oportunidades para investidores com horizonte de longo prazo“, afirmam. A XP então destaca que investidores devem ficar de olho nas empresas com perspectivas sólidas de crescimento, boas pagadoras de dividendos e com baixo nível de alavancagem.
3) Fundos Imobiliários são os protagonistas de junho
Entre a classe dos Fundos Listados, o destaque da XP é para os chamados “fundos de papel“, compostos por títulos de renda fixa relacionados ao mercado imobiliário (os CRIs).
Estes fundos imobiliários de recebíveis apresentam caráter mais defensivo e tendem a ser menos sensíveis do que outros fundos de investimento a movimentos na taxa de juros e às expectativas de juros adiante.
“Os FIls de papel têm apresentado boa performance e perspectivas positivas, ganhando espaço em nossas recomendações frente a outros ativos da classe”, completam os analistas da XP sobre fundos imobiliários em sua seleção de onde investir em junho.