O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quarta-feira (20) que existe espaço para vendas de reservas internacionais.
“Temos espaço para a venda de reservas internacionais e vamos atuar até onde for necessário”, declarou o presidente do Banco Central. Segundo Campos Neto, o tema do limite da política monetária é “dinâmico”.
Segundo o economista, será possível elevar as atuações no mercado de câmbio brasileiro por parte da instituição monetária central. “O FX (câmbio) é flutuante”, declarou Campos Neto, “Podemos aumentar a atuação se entendermos que é necessário”.
Relembrando as medidas adotadas pelo Banco Central durante a crise, Campos Neto também salientou que a primeira “grande surpresa” foi “a velocidade de saída de fluxo (de dólares) da América Latina”. “Inicialmente, pensou-se que (a crise) era um choque de oferta. Depois ficou claro que é choque de oferta e de demanda”, explicou o economista.
O presidente do BC também informou que um atuação mais ousada no âmbito dos títulos públicos s´ovai ocorrer caso acabar a potência da política monetária.
“A gente acha que não deveria embarcar em nada além disso até termos certeza que não temos mais potência em política monetária”, declarou Campos Neto durante a live “Infra para crescer – Caminhos para superar a crise”, promovida pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento de Guerra, será prevê a possibilidade que o BC compre títulos públicos. A PEC é pautada pela estabilização de mercado no tocante à curva de juros, balanceando a negociação de papéis curtos e longos.
O presidente do Banco Central também declarou que projeto de autonomia da instituição monetária central está pronto para ser votado. Nas últimas semanas, o projeto de lei voltou a ser citado por líderes partidários, assim como pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como uma das prioridades na pauta das votações. Um conjunto de medidas que estão sendo analisadas pelo plenário para combater os efeitos econômicos negativos da pandemia do coronavírus (Covid-19).
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Segundo Campos Neto, o BC não está atrasando nenhum projeto em função da pandemia. “Seguimos com o projeto de open banking dentro do previsto. Não está atrasado”, explicou o presidente do Banco Central.
Banco Central contra a concentração bancária
Campos Neto também relembrou que em “quase toda grande crise teve um trade-off entre ter sistema financeiro mais sólido e concentração”. No caso da crise do coronavírus, o economista salientou que o Banco Central não quer “estimular concentração bancária mais forte”.
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O presidente do Banco Central salientou que, em países onde o lockdown não foi adotado ou onde ele já foi flexibilizado, foi constatada uma retomada lenta do consumo de serviços.