ESG: é preciso escolher entre retorno e sustentabilidade?

ESG é um assunto cada vez mais relevante no mercado de investimentos, mas ainda tem muito a crescer no olhar do investidor. O termo foi criado com o intuito de representar uma listagem de princípios que, além de medir e amenizar o impacto de um negócio nos aspectos ambientais, sociais e de governança, pode resultar em crescimento aliado à sustentabilidade, com redução de riscos. No entanto, isso ainda é visto como mito por investidores que não foram atingidos pela agenda.

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Na semana passada, a XP (XPBR31) realizou em São Paulo a Expert XP, evento composto por palestras e painéis sobre os principais temas do mercado financeiro. Entre eles, ESG foi pauta na conferência, e teve Gustavo Montezano, do BNDES, Ricardo Harris, do Banco Central, e Carlos Takashashi, da BlackRock (BLAK34), como alguns dos palestrantes de destaque.

A XP listou alguns dos principais aprendizados sobre ESG a partir das conversas com os executivos, que envolvem transição energética, papel dos órgãos reguladores e geração de retorno.

Se você quiser saber mais sobre o que são investimentos ESG, acompanhe a nossa “Semana do ESG: Investindo no Futuro”, realizada com apoio da CBA e da Rio Bravo. Entre 8 e 12 de agosto, o Suno Notícias vai trazer uma série de conteúdos especiais sobre investimentos ESG para você ficar por dentro do tema e entender como isso impacta o seu bolso. Você acompanha todo o conteúdo neste link.

Você também não pode perder o evento presencial da Suno Notícias sobre ESG, com vagas limitadas, que ocorrerá no dia 17 de agosto, em São Paulo.

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Veja os três principais aprendizados ESG listados pela XP:

Não é preciso escolher entre retorno e sustentabilidade

A incorporação dos fatores ESG e a geração de retorno é um consenso entre executivos.

Investir em empresas com uma sólida agenda ESG traz resiliência e menor exposição a risco. Carlos Takahashi, chairman da BlackRock Brasil, alega que quando se trata de risco de investimento, fundos com boas práticas ESG precificam essa característica nos preços dos ativos. O contrário também é válido: se uma empresa carece de boas práticas ambientais, é de se esperar que o preço do ativo seja desvalorizado no curto ou médio prazo.

Os gestores possuem um papel-chave no engajamento com as companhias para promover mudanças positivas em todos os âmbitos da agenda ESG. É uma via de mão dupla: enquanto a estratégia de engajamento destrava valor nas empresas, as gestoras focam nos fatores ESG que levam retorno aos investidores.

Brasil está bem posicionado para impulsionar ESG

Desde o século 18, as atividades humanas têm sido a principal causa das mudanças climáticas vistas no planeta. Isso ocorre principalmente pela queima de combustíveis fósseis, como carvão, gás e petróleo, que emitem gases.

Ao mesmo tempo que o mundo precisa de mais energia para a continuidade de diversas atividades econômicas, as mudanças climáticas exigem menores emissões de carbono. O Brasil é o país com uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo e também está bem posicionado para captar recursos financeiros que permitam o desenvolvimento tecnológico necessário para a transição.

O CEO da B3 (B3SA3) Gilson Finkelsztain vê, inclusive, que o Brasil pode liderar esse movimento. O processo, que deve ser acelerado, no entanto, requer um avanço na regulação nesse quesito.

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Velocidade com que novas regulações são criadas é importante

Ao falar de ESG, a regulação pode ser a porta de entrada para avanços nas iniciativas sustentáveis no país. É essencial enfatizar a importância dos agentes reguladores no bom funcionamento do mercado.

Um dos maiores desafios globais atualmente reside na transição para uma economia de baixo carbono, e uma regulação mas rígida tem um papel fundamental nesse processo. Além disso, o monitoramento do ritmo de implementação de novas medidas também deve ser levado em consideração.

Segundo Ricardo Harris, diretor de Regulação do Banco Central, “o melhor cenário é ter uma transição suave, com o sistema financeiro financiando esse processo de forma ordenada.”

No mercado financeiro, o gerente de Desenvolvimento de Normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Claudio Maes, acredita não caber ao órgão regulador interferir no padrão de mercado. O gestor vê a CVM como um facilitador na adoção das soluções pelos agentes, contribuindo para o seu desenvolvimento.

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Beatriz Boyadjian

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