“Ignorar ESG significa tomar mais risco”, diz sócio da Rio Bravo Investimentos

Nos últimos anos, não só empresas mas também investidores começaram a olhar para critérios ESG – meio ambiente, social e governança – como uma forma de reduzir os riscos de seus investimentos. O que há pouco tempo era teoria e podia até parecer mito hoje já é realidade – e quem não levar a sério poderá ficar para trás.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/08/Noticias-Materia_-Desktop-1000x325-1-1.png

“Para investimentos de longo prazo, ignorar questões em ESG significa tomar risco sem medida. É uma metodologia muito importante, pois são riscos que devem ser mitigados”, explica Evandro Buccini, sócio e diretor de Renda Fixa e Multimercado da Rio Bravo Investimentos.

ESG: muito além de meio ambiente

ESG fala de uma sustentabilidade que não se aplica apenas às questões climáticas no futuro ou de efeitos secundários. A pauta engloba riscos concretos, de questões práticas do dia a dia. É possível enxergar um interesse verdadeiro em investimentos que associam a rentabilidade financeira com o compromisso social, apesar do risco de greenwashing à solta.

“O “G”, de governança, sempre foi muito forte para nós, mesmo antes da sigla em si ter sido criada e difundida. Nosso fundo de ações era diferente, com uma filosofia orientada para o longo prazo e ativista, com uma preocupação em mudar ativamente as empresas que já tinham esse objetivo”, conta Evandro Buccini.

O gestor enxerga que, em breve, o comprometimento de negócios com impacto será um requisito dos investidores para a escolha de aportes, como já é mais visto hoje no exterior.

“Já deixamos de ganhar grandes concorrências, principalmente em imóveis, por limitações ambientais, por exemplo. Tudo isso por uma questão de risco – fazemos a gestão de recursos de terceiros. Se você ignorar ESG, vai se dar mal no longo prazo. Não dá para não considerar, ainda mais em investimentos mais críticos”, explica.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/08/banner_materias.png

Em ESG, a trajetória é mais valiosa do que uma prática improdutiva

A Rio Bravo vê a efetividade do ESG justamente na trajetória de um negócio, quando a empresa decide mudar sua gestão e entender o impacto que causa – e como melhorar isso.

“Fazer ESG não é ser, da noite para o dia, o melhor do mundo em avaliar e integrar essas questões em seu processo. O que conta é a trajetória, é o mais importante. Queremos ver se as empresas estão incorporando a sigla, discutindo as melhores práticas, uma boa política de risco, mais do que cobrar que seja absolutamente tudo excelente de maneira imediata”, diz Buccini.

Segundo o diretor de Renda Fixa e Multimercados da Rio Bravo, a análise deve ser profunda, tanto da parte das empresas como do investidor, com todos os requisitos do projeto claros e as questões a serem respondidas. Foi assim que a gestora encarou sua mudança, construindo uma trajetória que fazia sentido, da perspectiva ambiental, social e governamental, além do negócio.

“Precisamos seguir em uma direção que mostre que estamos melhorando. Não seremos a Dinamarca ou a Noruega em ESG, mas o investidor brasileiro precisa ver quem está fazendo direito, até para notar as vantagens disso”, aponta.

Sustentabilidade para a sigla ainda deve ser trabalhada no Brasil

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou na última semana a primeira lista de fundos que se encaixam nas novas regras de classificação de investimento sustentável. As diretrizes passam a valer neste ano para o “Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros”, que tem hoje 1.075 instituições.

No exterior, Buccini observa, esse tipo de investimento sustentável é muito mais comum. “Oferecemos apenas produtos ESG lá fora. A preocupação com estes assuntos é fundamental para atrair recursos estrangeiros.”

Muito pelos últimos acontecimentos no mundo, como a guerra na Ucrânia, que já acontece há quase 6 meses, investir em um produto ESG implica em proteção e mais estabilidade. “Esse tipo de fundo teve uma performance excelente. Se proteger de petróleo, por exemplo, um combustível fóssil, foi algo muito positivo neste ano. ESG é controle de risco”, diz Buccini.

Quer aprender muito mais sobre investimentos ESG? Então garanta sua vaga no evento presencial do Suno Notícias que vai rolar em São Paulo, com os grandes nomes do ESG. Clique abaixo e garanta seu ingresso!

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/08/Noticias-Materia_-Desktop-1000x325-1-1.png

Beatriz Boyadjian

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno