A administração do grupo de saúde dos Emirados Árabes Unidos NMC Health prepara um processo judicial contra a empresa de auditoria britânica Ernst & Young (EY) de mais de £ 1 bilhão (cerca de R$ 7,05 bilhões) por alegações de que a companhia foi negligente na hora de avaliar e assinar suas contas durante uma fraude multibilionária de “longo prazo”. As informações são do jornal “Financial Times”.
As ações da NMC Health, listadas na Bolsa de Valores de Londres (LSE), despencaram mais cedo neste ano após o escândalo de que mais de US$ 4 bilhões (o equivalente a R$ 21,57 bilhões) estavam escondidos de seu balanço patrimonial.
A EY toma conta dos balanços da NMC desde que o grupo de saúde realizou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), em 2012. A qualidade e eficiência dos serviços de auditorias, contudo, já foram questionados em algumas ocasiões, visto que parte do conselho da empresa emiradense incluía ex-sócios da Ernst & Young.
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De acordo com o jornal, a administradora Alvarez & Marsal, que já havia enviado uma notificação preliminar à companhia de auditoria, comunicou a contratação do escritório de advocacia Quinn Emanuel para realizar uma reclamação contra a EY. A administradora informou, em relatório de progresso aos credores, que ainda estava investigando a amplitude e a escala da fraude.
O órgão regulador britânico Financial Reporting Council já abriu uma investigação sobre a auditoria nas demonstrações financeiras de 2018 do NMC.
A Ernst & Young embolsou cerca de £ 14 milhões em honorários de auditoria por serviços prestados à NMC Health ao longo de sete anos.
Fraude envolvendo EY pode datar do momento do IPO
Uma pessoa familiarizada com assunto afirmou ao “Financial Times” que se acredita que “fraude esteja ocorrendo desde o momento do IPO. A EY foi a contadora indicada para o IPO e também auditou empresas vinculadas”, incluindo a holding de serviços financeiros Finablr. A Ernst & Young possuía uma “perspectiva única” sobre este grupo de empresas, pontuou a fonte.
O processo é o golpe mais recente infligido sobre a EY, que ainda enfrenta os impactos de seu trabalho de auditoria em outros escândalos, como o da empresa de meios de pagamento alemã Wirecard.