A Equatorial (EQTL3) comprou a Celg-D (GPAR3) a Enel Brasil, conforme divulgado nesta sexta-feira (23) em fato relevante. O valor da compra feita pela Equatorial foi de R$ 1,57 bilhão e trata-se da sua maior aquisição já feita em termos de distribuição de energia.
Assim, agora a Equatorial assume a dívida líquida de R$ 5,9 bilhões da CELG-D – conforme dados do dia 31 de março, o último balanço publicado.
Segundo o comunicado, a aquisição “prevê a reestruturação dos empréstimos existentes entre a Celg-D e a Enel e outras sociedades do seu grupo econômico”.
Além disso, o fato relevante destaca que a empresa não tem a intenção de promover, no prazo de 1 ano, o cancelamento do registro de companhia aberta da Celg-D.
No contexto da compra, a Energisa (ENGI11) também disputava o ativo e, além disso, o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) já havia dado declarações citando que queria a ‘Enel fora do seu estado’.
“O melhor caminho é que ela desista de tentar lucrar com a operação de venda e transfira o controle. Queremos a Enel fora de Goiás”, disse o governador recentemente.
A Enel parece que ainda não entendeu que acabou em Goiás a época dos negócios por debaixo dos panos. Não vamos admitir que a empresa discuta a venda da sua concessão como distribuidora de energia elétrica no estado sem dar a devida transparência a todo o processo.
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) June 10, 2022
“Com a Operação, a Companhia diversifica a sua atuação no segmento de distribuição de energia para mais uma região geográfica, demonstra o seu olhar único para a identificação de oportunidades, pautado pela disciplina financeira na alocação de capital, e reforça seu papel consolidador no segmento de distribuição, ampliando as oportunidades de geração de valor como player integrado no setor de energia e adicionando mais de 3,3 milhões de clientes à nossa base”, diz o documento arquivado pela Equatorial.
Vale lembrar que esse valor de aquisição está sujeito à correção por meio do CDI com base no dia 31 de março e, além disso, ainda pode ser acrescido de earn-out em função de pagamentos e recebimentos de contingências.
A aquisição agora deve passar pelo crivo das autoridades regulatórias sendo eles o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Equatorial usará caixa robusto para compra
Meses antes da compra, em meados de fevereiro, a Equatorial levantou um montante de cerca de R$ 10 bilhões com uma emissão de ações, aumentando seu caixa.
Além disso, trata-se da sétima distribuidora que é comprada pela Equatorial.
Segundo o comunicado, o BTG Pactual (BPAC11) assessorou a Equatorial na transação, trabalhando em conjunto com o escritório de advocacia Mattos Filho.