Entidades ameaçam nova greve dos caminhoneiros a partir de 1º de fevereiro
Depois de enfrentar o desaquecimento causado pela pandemia, o Brasil pode enfrentar também uma nova greve dos caminhoneiros. Duas entidades do setor – a Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB) e o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) – se movimentam para realizar uma nova greve de caminhoneiros no primeiro dia de fevereiro. Apesar das falas de que a nova paralisação será maior do que a de 2018, alguns líderes da categoria se recusam a apoiar o movimento.
As duas entidades de caminhoneiros que organizam a nova paralisação apoiaram a eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018 e reclamam que, apesar disso, nunca tiveram suas demandas ouvidas pelo Governo Federal ou ao menos encontros com as autoridades e interlocução com o Ministério da Infraestrutura.
Para que a nova greve dos caminhoneiros seja evitada, as organizações querem uma reunião direta com o presidente. Segundo os líderes, há apoio também de pequenos produtores de agricultura familiar e de parte da população.
Demandas de nova paralisação envolve direitos trabalhistas e preços do diesel da Petrobras
Entre as queixas apresentadas pelos caminhoneiros, estão:
• alta do preço do diesel
• falta de fiscalização sobre transportadoras, que não estariam cumprindo direitos trabalhistas
• a revisão de resoluções da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT)
• preço mínimo de frete
O principal ponto ponto motivador da greve dos caminhoneiros, segundo o presidente da ANTB, José Roberto Stringasci, é a alta do diesel, que estaria sufocando as margens de lucro dos trabalhadores. Stringasci citou, em entrevista ao Estadão, que é necessário uma mudança de postura da Petrobras (PETR4), que vem, sucessivamente, elevando os preços do produto.
“A Petrobras não foi criada para gerar riqueza para meia dúzia. A Petrobras é nossa e tem que ajudar o povo brasileiro e o Brasil”, afirmou o presidente ao jornal ao comentar os preços do diesel. “Queremos preços nacionais para os combustíveis com reajustes a cada seis meses ou um ano”, diz.
Organização da nova greve de caminhoneiros busca mais apoio
O grupo está à procura do apoio de mais caminhoneiros, principalmente dos que lideraram as greves de 2018. Wanderlei Alves, o Dedeco, declinou o convite. Ele possuía linha direta com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, mas rompeu com o governo Bolsonaro após pegar covid-19 e criticar a forma como as autoridades federais estão lidando com a pandemia.
Outros líderes de 2018, como Aldacir Cadore e Ivair Schmidt, do Comando Nacional do Transporte, afirmaram que há “zero chance” de uma nova greve dos caminhoneiros. Segundo eles, a nova paralisação é organizada por um grupo pouco influente.