Os trabalhadores de aplicativos de delivery promovem nesta quarta-feira (1) a chamada greve dos entregadores,por melhores condições de trabalho e medidas de segurança contra o novo coronavírus.
A paralisação é articulada por empregados de aplicativos de entrega como Ifood, Uber Eats, Rappi, Loggi e James. A greve dos entregadores irrompe em um momento de crescimento do volume de pedidos para delivery em razão das medidas de isolamento social para conter a propagação do novo coronavírus.
Os organizadores alegam que o movimento foi constituído via internet por meio de grupos de interlocução, embora algumas entidades tenham integrado, como as associações de entregadores e de motofrentistas.
Com isso, veja alguns dos pontos que motivaram as manifestações por todo o território nacional:
Trabalhadores cobram mudanças na política de remuneração
Os entregadores de aplicativos argumentam que as taxas recebidas por cada corrida e o valor mínimo quilômetro são baixas e desproporcionais, com variação para baixo.
Atualmente, os entregadores são remunerados por corrida e distância percorrida no trajeto. Dessa maneira, os indicadores estabelecem o valor do pagamento por cada entrega.
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No mesmo sentido, os profissionais também reivindicam mais transparência por parte das empresas na dinâmica de funcionamento dos serviços pela plataforma e das formas de remuneração dos trabalhadores.
Há também protestos contra a política de pontuação de algumas empresas. Segundo os empregados, o sistema de pontos leva-os a terem uma carga horária excessiva, pois obriga o entregador a fazer corridas mais longas, principalmente nos finais de semana.
A Rappi utiliza o modelo que dá acesso a uma maior gama de entregas e áreas com restaurantes conforme mais pontos o trabalhador acumule.
Greve dos entregadores protesta contra bloqueio na plataforma
Outra ponto que tem causado indignação nos trabalhadores foi o número de casos de bloqueios. Os empregados alegam que as plataformas aplicam suspensões arbitrárias às licenças.
De acordo com os entregadores, empresas como Loggi e Ifood suspendem ou até mesmo chegam a cancelar a participação sem critérios claros e sem a possibilidade de direitos de defesa por parte dos profissionais. Da mesma forma, os empregados protestam contra a escassez de transparência das plataformas de entrega.
Movimento exige medidas de proteção contra covid-19
Além disso, outro ponto muito cobrado entre a classe dos entregadores é o de providências para se proteger contra a epidemia da covid-19 no País. Os trabalhadores argumentam que não houve medidas para garantir a segurança ou auxílio para aqueles que se contaminaram em serviço.
A greve dos entregadores alega que determinadas empresas como Rappi e Uber Eats nem se manifestaram sobre o assunto, enquanto outras como a Loggi deram equipamentos insuficientes para o trabalho.