Engie (EGIE3) vende termelétrica por R$ 2,2 bi e sai de carvão no Brasil
A Engie (EGIE3) assinou um contrato de venda da Usina Termelétrica Pampa Sul por R$ 2,2 bilhões.
Segundo a Engie, a venda do ativo, localizado no Rio Grande do Sul, foi para dois fundos de investimento: Grafito Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e Perfin Space X Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura. Cada um dos fundos ficou com 50% do negócio.
O valor da negociação, de R$ 2,2 bilhões, será pago em duas parcelas: o preço da venda, no montante de até R$ 450 milhões, e da assunção do endividamento pelos compradores, na quantia aproximada de R$ 1,8 bilhão.
A companhia afirmou ainda que a venda da termelétrica é positiva para os planos da empresa de direcionar esforços e investimentos para projetos renováveis.
Engie foca nos renováveis
A Usina Termelétrica Pampa Sul era a última termelétrica no portfólio da companhia.
Localizada na cidade de Candiota (RS), a térmica de 345 megawatts (MW) pode gerar energia suficiente para atender cerca de 1,3 milhão de pessoas.
A usina tem contratos de longo prazo de venda de energia no mercado regulado até 2044 e um custo variável que gira em torno de R$ 60 por MWh.
Com a venda, a Engie saiu do ramo de carvão no país. Desde 2016, a companhia se desfez de quatro térmicas, com plano de sair dos combustíveis fósseis.
Em agosto do ano passado, a Engie já havia vendido o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda para a Fram Capital, que pagou R$ 315 milhões pelo ativo de capacidade instalada de 857 MW.
Antes da venda, última térmica representava apenas 3% da potência instalada da empresa, de mais de 8,4 GW. Por isso, a venda foi simbólica em um contexto de transição energética para uma economia de baixo carbono.
A Engie assumiu um compromisso global de abandonar o carvão até o ano de 2027. No Brasil, a meta era sair do segmento até 2025.