A Engie (EGIE3) anotou um lucro líquido de R$ 78 milhões no quarto trimestre de 2021 conforme resultado financeiro arquivado na noite de segunda (14) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O lucro da Engie no 4T21 representa uma retração de 92,4% em relação ao mesmo período de 2020. No ano, a elétrica lucrou 1,565 bilhão, montante 44% inferior ao registrado em 2020.
No mesmo sentido, o lucro líquido ajustado foi de R$ 808 milhões entre outubro e dezembro de 2021 – cifra que representa uma retração de 26,2% no comparativo anual.
No 4T21 a receita líquida foi de R$ 2,769 bilhões, queda de 26,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o retorno sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês) ajustado foi de 29,9% no trimestre, baixa 4,8 p.p. na comparação ano a ano.
Nos números da dívida, a Engie apresentou uma alta de 24%, a R$ 14,612 bilhões de dívida líquida. Com isso, a alavancagem foi de duas vezes o Ebitda no acumulado de 2021, redução de 0,2 p. comparado com o número do fim de 2020.
Segundo o balanço da companhia, o preço médio de venda de energia, líquido dos encargos sobre a receita, atingiu 185,96 reais por MWh no trimestre, 2,6% inferior ao obtido um ano antes.
No acumulado de 2021, esse preço foi de 202,94 reais por MWh, 4,9% superior ao praticado em 2020.
“A redução do preço médio líquido de venda de energia, entre os trimestres em análise, foi motivada, principalmente, pela valoração dos ressarcimentos previstos nos contratos no ambiente regulado das usinas eólicas”, disse a Engie.
A companhia também destaca que estes efitos foram parcialmente atenuados pela atualização monetária dos contratos, acrescentou.
Por outro lado, a quantidade de energia vendida em contratos atingiu 9.593GWh (4.345 MW médios) no quarto trimestre, uma redução de 3,1%, no ano a ano.
No ano inteiro, o volume de venda de energia foi de 35.801 GWh (4.087 MW médios), recuo de 5,4% em relação ao ano de 2020.
“No setor elétrico, o cenário tornou-se ainda mais complexo diante da crise hídrica enfrentada pelo país ao longo do ano –dando sequência à hidrologia inferior à média que, desde 2012, tem prejudicado a geração hidrelétrica no Brasil. Esses impactos foram parcialmente mitigados, na Companhia, por meio de um extraordinário esforço operacional, focado em manter os altos índices de eficiência e disponibilidade, somada à gestão ativa do portfólio comercial, em que se destaca a estratégia otimizada de contratação e venda”, diz a Engie.
“Quando comparado a 2020, enfrentamos um ano com Preço de Liquidação de Diferenças (PLD)58,0% maior no subsistema Sudeste, e um déficit de geração hidrológica de 27,0%,7,2p.p.acima do registrado no ano anterior”, revela.
Dividendos da Engie
Conforme divulgado no balanço da Engie, a companhia aprovou a distribuição de dividendos intermediários, no valor de R$ 0,7827524080 por ação, correspondentes a um volume total de R$ 638,6 milhões.
As ações da Engie serão negociadas ex-dividendos intermediários a partir de 25 de fevereiro de 2022. Os dividendos serão pagos em 17 de março de 2022, com base na posição acionária de 24 de fevereiro de 2022.
Além disso, o Conselho de Administração da Engie, definiu que os juros sobre capital próprio, no valor de R$ 60 milhões, equivalentes R$ 0,0735359237 por ação, serão pagos em 17 de março de 2022, com base nos dados de 29 de dezembro de 2021.
Venda de Ativo no radar
Em documento separado, a companhia, disse que o conselho de administração aprovou a recomendação de um comitê independente, que foi favorável à compra de dois ativos de geração solar, os Conjuntos Fotovoltaicos Paracatu e Floresta, com capacidade total de 259,8 MWp, por 625 milhões de reais.
Além disso, aprovou a incorporação de dois ativos de geração solar fotovoltaica da Solairedirect, empresa do mesmo grupo, por R$ 625 milhões.
A incorporação dos ativos da Solairedirect envolve o conjunto fotovoltaico Paracatu (MG), com capacidade instalada total de 158,3 megawatts no pico (MWp), além do conjunto fotovoltaico Floresta (RN), com 101,5 MWp.
Os projetos foram desenvolvidos pela Solairedirect, companhia adquirida em 2015 pelo grupo francês Engie, que também controla a EBE.
A incorporação dos ativos pela EBE foi avaliada por um comitê instalado por membros independentes do conselho de administração.
Desempenho de EGIE3
Desde o primeiro pregão do ano, as ações EGIE3 apresentam alta de 6,5% na sua cotação, fechando o pregão de segunda (15) – que precede a divulgação do balanço – a cotação de R$ 40,52.
No acumulado de 12 meses, contudo, os papéis caem 9,1%. Desde meados de janeiro de 2020 a Engie enfrenta retração do preço das suas ações, que estavam sendo negociadas a R$ 53.