A Eneva, gigante da geração termelétrica privada do Brasil, estuda emitir R$ 1 bilhão em debêntures de infraestrutura. As debêntures de infraestrutura são títulos que dispensam o imposto de renda para investidores de pessoa física e estrangeiros.
A Eneva pretende utilizar o que for captado em seu plano de exportação e produção de gás natural na Bacia do Parnaíba e no projeto da termelétrica de Jaguaratirica II (em Roraima), que será abastecida com gás natural extraído do campo de Azulão (em Amazonas).
A companhia é a primeira a ter um projeto dessa magnitude e ser classificado como prioritário pelo Ministério de Minas e Energia (MME), mecanismo que autoriza a emissão das debêntures incentivadas.
Segundo Marcelo Habibe, diretor financeiro da Eneva, a ideia é realizar a emissão entre o fim do terceiro trimestre e início do quarto deste ano.
Destino da captação da Eneva
Do arrecadado, R$ 500 milhões deve ser destinado ao projeto da térmica de Jaguaratirica II. O empreendimento trará a liquefação do gás extraído no campo de Azulão e o transporte do energético em tanques criogênicos até Boa Vista (RR). A Eneva projeta um percurso de 1,1 mil km de estrada pavimentada para o transporte.
O projeto completo, incluindo o desenvolvimento da produção no campo de Azulão e a construção da térmica, tem o custo estimado em R$ 1,8 bilhão. Além dos R$ 500 milhões provenientes das debêntures, a companhia espera contar com R$ 1,2 bilhão do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). Caso haja uma quantia residual para completar o valor do investimento, deverá ser aplicado pela própria empresa.
Com uma estratégia tradicional traçada, a Eneva planejou o empreendimento levando em consideração o cenário em que a térmica funcionará por 100% do período contratado.
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Enquanto a usina não estiver em operação, entretanto, a companhia poderá comercializar o gás natural no mercado.
Segundo a empresa, o projeto a gás no estado de Roraima contribuirá para uma redução nas emissões de dióxido de carbono em 32%. Além disso, também há uma economia de 38% no custo de geração de energia do estado, que é abastecido por energia e diesel, mais cara e custosa.
Também segue no radar da empresa a primeira sessão pública da Oferta Permanente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que será em 10 de setembro. Segundo o diretor, a companhia pretende disputar o certame, mas não pode fornecer mais detalhes.
A Eneva possui um parque gerador de 2,7 mil MW. Desses, 2,2 mil já estão em operação. O restante, que estão em construção, são relativos às térmicas de Jaguatirica II e de Parnaíba V, de 383 MW, no estado do Maranhão.
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