Eneva (ENEV3): após tombo com renúncia de CEO, é hora de comprar? Itaú BBA analisa
Nesta quinta-feira (3), as ações da Eneva (ENEV3) registraram uma das maiores perdas no Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira. A variação negativa acontece após a empresa anunciar, nesta terça-feira (1º), que o CEO, Pedro Zinner, pediu renúncia do cargo.
Em nota, a Eneva comunicou que Pedro Zinner deixará a empresa “para se dedicar a novos desafios profissionais”. Ele está à frente da diretoria da empresa há quase seis anos.
Por causa do pedido de renúncia, o Conselho de Administração da empresa começou o processo de sucessão do Diretor Presidente. A Eneva informa que Zinner contribuirá nesse processo de transição.
O então CEO da Eneva continuará na função até a data de seu desligamento, que será definida em conjunto com o Conselho de Administração — mas não depois de 31 de março de 2023.
Ações da Eneva caem no pregão desta quinta-feira
No fechamento desta quinta-feira, as ações da Eneva registraram queda de 3,39%, a R$ 13,64. Na mínima do dia, os ativos chegaram a apresentar desvalorização acima de 6%.
Os analistas do Itaú BBA já esperavam pela repercussão do caso, em meio às dúvidas relativas aos motivos para a solicitação de renúncia.
O BBA comenta que há alguns modos distintos de interpretar o fato recente. “Alguns podem suspeitar que ele não está mais muito otimista com as perspectivas de longo prazo da empresa, tornando sua remuneração futura menos atraente. Outros podem ver isso como um desdobramento natural”, cita.
No pregão desta terça-feira, os ativos da empresa tinham recuado 0,21%. Sendo assim, os papéis acumulam queda de 3,8% em novembro.
Itaú BBA observa oportunidade em caso envolvendo Eneva
Mesmo com a variação recente no vermelho, a Eneva recebeu uma avaliação favorável do Itaú BBA. O banco considera que a desvalorização dos ativos abre “uma grande oportunidade” para os investidores focados no longo prazo.
Os analistas argumentam que, nos últimos dois anos, a empresa “sempre negociou acima do valor de seus ativos existentes, às vezes com muito crescimento futuro implícito no preço das ações”.
Apesar disso, desde o último leilão terminado em 30 de setembro, os papéis da Eneva têm sido negociados abaixo do valor dos ativos existentes.
Na compreensão do Itaú BBA, o leilão foi bastante positivo para a companhia, mas os ativos reagiram negativamente porque o resultado ficou abaixo das grandes expectativas da empresa.
No caso dos investidores focados no curto prazo, os analistas entendem que as ações da Eneva podem não ser a melhor opção. Isso pela falta de catalisadores significativos nos próximos meses.
Apesar da queda recente, o Itaú BBA segue com recomendação marketperform (desempenho conforme a média do mercado, o que equivale à neutra) para as ações da Eneva, com preço-alvo de R$ 16,80.