PetroReconcavo (RECV3) e Eneva (ENEV) estão em conversas sobre uma eventual fusão dos negócios, segundo o jornal Valor Econômico. As ações das duas companhias sobem nesta quarta-feira (24) no Ibovespa.
No intradia, as ações RECV3 subiam 2,09% a R$ 21,53, enquanto as ações ENEV3 avançavam 0,40%, a R$ 12,50.
Cotação RECV3
Segundo fontes à publicação, o interesse da Eneva (ENEV3) está no acesso ao gás, e a transação mais provável na mesa seria por troca de ações.
Atualmente, o valor de mercado da Eneva é de R$ 19,4 bilhões, ao passo que o valor de mercado da PetroReconcavo (RECV3) é de R$ 6 bilhões.
De acordo com uma fonte ao jornal, depois que as recentes conversas entre Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3) avançaram, PetroReconcavo e Eneva começaram a conversar.
No caso da Eneva, diz o Valor, as recentes trataivas por uma combinação com a Vibra (VBBR3) não avançaram porque a distribuidora de combustíveis não viu vantagem na relação de troca de ações entre as duas empresas.
A Eneva tem mostrado empenho em crescer via fusões e aquisições, mas o endividamento alto pesa contra a companhia, segundo fontes ao jornal.
Uma outra fonte informou ao Valor que Eneva e PetroReconcavo já teriam iniciado conversas em um passado recente, mas não seguiram adiante.
O que diz o mercado sobre uma possível fusão Eneva e PetroReconcavo?
Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, lembra que após a assinatura de um memorando de entendimentos entre a 3R e a Enauta no início do mês para uma possível combinação de negócios, a fusão que estava em curso entre a 3R e a PetroReconcavo foi paralisada.
“Portanto, seria natural que a PetroReconcavo buscasse outro player do setor com o objetivo de não ficar para trás na consolidação que está ocorrendo entre as juniors. Vejo que as juniors têm dado enfoque, principalmente, ao crescimento inorgânico via combinação de negócios com outras juniors ao invés de aquisições de campos maduros, principalmente pela suspensão dos desinvestimentos por parte da Petrobras (PETR4)“, destaca.
“Acho que é um movimento que o mercado estava esperando de ter uma consolidação das ‘junior oils’, por conta do governo atual não querer seguir com o que estava acontecendo nos últimos anos, de oferecer algumas novas oportunidades para essas empresas menores”, pontua Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
“Quando houve o desdobramento Enauta e 3R, você tinha sinergias maiores no primeiro momento, mas isso não invalidava qualquer acordo futuro com a PetroReconcavo, porque os campos são complementares. Você consegue otimizar também toda a estrutura, já que a estrutura geográfica também é próxima. Acho que vai ser mais, de fato, qualquer acordo que a gente pode ter com relação a preço do que de fato sinergia entre os players, porque sinergia todo mundo sabe que tem”, pontua Rafael Passos, sócio-analista da Ajax Asset Management, sobre uma possível fusão entre Eneva e PetroReconcavo.